‘A Rainha do Fogo’ causa comoção com final épico da trilogia de Anthony Ryan

João Fagundes
5 Min de Leitura

Após muitas decisões sérias no segundo capítulo da série “A Sombra do Corvode Anthony Ryan, tudo nos leva para o último volume, “A Rainha do Fogo”. Na emocionante conclusão da saga best-seller do The New York Times. Vaelin Al Sorna precisa ajudar a Rainha Lyrna a retomar o Reino Unificado e defendê-la de uma nova ameaça, tendo em vista que a Revolta do Usurpador foi só o início, e existe algo a espreita, com poderes tão sombrios quanto os piores pesadelos do herói.

 

O Aliado está lá, mas sempre como uma sombra, uma catástrofe inexplicada ou um assassinato cometido por ordem de um espírito sombrio e vingativo. Separar verdade de mito costuma ser uma tarefa infrutífera.”

 

Depois de escapar da morte por um fio, a Rainha Lyrna está determinada a expulsar os invasores volarianos e retomar o controle do Reino Unificado. Mas, para isso, ela precisará fazer mais do que reunir seguidores leais: deverá se juntar às forças que, no passado, as considerou repugnantes – pessoas com os estranhos e variados dons das Trevas – e levar a guerra para o território inimigo. A vitória está nas mãos de Vaelin Al Sorna, agora nomeado Senhor da Batalha. Seu caminho, no entanto, não será nada fácil, pois o Império Volariano possui uma nova arma: o misterioso Aliado, capaz de estender a vida de seus servos. Como Vaelin poderá matar o que não pode ser morto, agora que sua canção do sangue, o poder que o tornou um feroz guerreiro, ficou subitamente emudecida?

Muito foi feito para fazer deste um final épico e digno de seu início. Afinal, teria razão para dar seguimento a trilogia após esse lançamento? Não. Existe aqui uma forma encantadoramente atraente para os fãs, inclusive os que se decepcionaram com o livro 2 “O Senhor da Torre”, já que havia mais para ser desenvolvido nessa conclusão. O efeito positivo nos anima a ler com atenção cada um dos momentos, que de fato são ricos em detalhes, uma marca registrada do autor escocês. Não é uma obra com apelo no fan service, por sorte, existe uma coerência de suas intenções imprevisíveis e até mesmo as poucas previsíveis que encontraremos. Para quem costuma se perder, no final do livro temos o “Dramatis Personae” que apresenta quem é cada personagem e cada situação em que eles se encontram.

 

Como um todo, as batalhas são empolgantes, e seus acontecimentos em campo são justificáveis a ponto de não perder o aperto no coração em alguns momentos. Assim como Robert Jordan (“A Roda do Tempo”) e George R.R. Martin (“As Crônicas de Gelo e Fogo”), Anthony Ryan consegue criar o elo entre o leitor e seus personagens, sendo impossível se desligar deles ainda que estejamos lendo o capítulo de outro personagem. Outra melhora é ver um vilão ainda mais ameaçador para quem possamos torcer mentalmente por seu triunfo. Como matar um exército que agora não poderá ser morto? A Rainha Lyrna está ainda mais interessante, e seu papel é ainda mais intenso e nem um pouco apelativo.

 

Ryan estará gravado por essa trilogia, sem dúvida torceremos por seu sucesso em seus próximos livros. Não é de se espantar que ele já tenha outros do gênero épico, afinal, o autor nos faz ler constantemente tantas páginas sem se cansar, mas perdendo noção do tempo investido. Atualmente escreveu sobre a saga de dragões “Draconis Memoria”: seu primeiro volume é o “The Waking Fire” (2016) e sua continuação “The Legion Of Flame” (2017), ainda sem previsão de lançamento no Brasil. Como coleção a editora LeYa fez um ótimo trabalho em criar capas originais para o lançamento de 2017 e assim haver um padrão tão desejado pelos colecionadores.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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