Tubarão: Mar de Sangue | Filme apresenta um roteiro “mais do mesmo” e frustra quem gosta de um bom tubarão em CGI

Priscila Dórea
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Em Tubarão: Mar de Sangue, um grupo de jovens amigos planeja curtir o último dia de férias regado a festas e álcool. Depois de beberem muito, eles decidem roubar dois jet-skis e dar um passeio no mar. Porém, um acidente acontece e quando ficam à deriva são surpreendidos por um faminto tubarão prestes a devorá-los.

Dirigido por James Nunn (Tiro Certo, 2021), Tubarão: Mar de Sangue até tenta fugir dos clichês do gênero em alguns pontos, mas, de forma geral, continua na base do “mais do mesmo”. Sabemos o que irá acontecer quando iniciamos esse tipo de filme, a nossa esperança é que aconteça uma coisa ou outra antes do esperado fim que dê àquela história um ar diferente e o torne interessante dentro do gênero. E esse filme até tenta fazer isso em diversas partes, mas o ritmo lento é nada mais que anticlimático.

Até mesmo a trama entre os personagens além da situação grave em que se encontram é fraca, pois já vimos várias vezes e, pior: recentemente em outro filme de sobrevivência – esse sem tubarões. Por outro lado, a chave para que esses filmes deem certo é mostrar os meios que seus personagens desafortunados vão usar para sair de uma situação que parece impossível de se resolver e sobreviver. E isso, ao menos, é algo que o longa de James Nunn consegue até fazer bem.

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O filme até consegue ser tenso e isso nos mantém atentos, apesar do roteiro clichê. Afinal, como cinco jovens, um deles gravemente ferido, vão conseguir sobreviver em alto mar, todos em um único jet ski quebrado com um tubarão branco procurando o café da manhã, almoço, jantar e lanchinhos entre as grandes refeições? Algum jeito o roteiro vai dar e é mais essa curiosidade que nos mantém assistindo, do que empolgação de fato.

As atuações estão boas, mesmo com o elenco sendo novo no meio, mas é difícil ter qualquer empatia por eles, pois o roteiro mantém as personalidades deles rasas e clichês, apesar das tentativas da história. Já o CGI é um pouco doloroso de ver e levando em consideração que as cenas com o tubarão são as mais esperadas nesses filmes, realmente se torna frustrante quando ele aparece – o que demora bastante. Quando o animal está submerso até dá para enganar – inclusive, uma das melhores cenas do filme, e melhor ataque, é justamente com ele embaixo d’água -, mas é só ele começar as esperadas abocanhadas com a cabeça fora d’água que a coisa desanda demais.

Um ponto bem interessante do filme, no entanto, é seu final. Incrivelmente ele dá uma abertura legal para uma sequência – essa, provavelmente, sem tubarões -, por causa de onde os sobreviventes (ou será que apenas uma pessoa sobreviveu? assista!) vão parar quando, finalmente, consegue chegar em terra firme. Intencional ou não por parte do roteiro e da direção, a cena final dá sim uma abertura para sequência, ainda que seja um destino bem desafortunado para os já desafortunados personagens.

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Tubarão: Mar de Sangue vale pelo entretenimento despretensioso. Sabe quando você marca de ver um filme com os amigos em um dia qualquer e não quer ter que, obrigatoriamente, se debruçar sobre uma história e pensar demais sobre ela? É esse tipo de filme. O roteiro tenta, mas não consegue fazer com que a gente se apegue aos personagens e no fim, o CGI acaba se tornando o grande vilão, e não o tubarão em si. O longa vale pela leve tensão que consegue imprimir em quem assiste, mas está longe de entrar numa lista dos mais interessantes do gênero.

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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
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