LEGO Ninjago: O Filme é o menos consistente da franquia, mas ainda assim diverte bastante

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura

O universo animado de Lego surgiu com muita personalidade. O mundo de peças desmontáveis foi levada às telas com uma boa dose de humor ácido, auto ironia e narrativa despretensiosa que sempre parecia mais preocupada com o sarcasmo do que realmente com a construção de algo ambicioso. Foi dessa forma que Uma Aventura LEGO e LEGO Batman: O Filme conquistaram público e surpreenderam positivamente em trabalhar com humor e inteligência seus respectivos temas.

LEGO Ninjago é a terceira animação dos mais famosos bloquinhos de construir do mundo e no aspecto técnico é definitivamente o melhor filme dos três, porem se o humor e as referencias continuam a pontuar bem a trama,as infinidades de clichês, tornam a animação a menos consiste da franquia.

Na trama Mr. Liu (Jackie Chan) usa um boneco Lego do garoto para contar a história, e assim como nos demais filmes da franquia, depois do início em live action, a trama inicia com os bonecos Lego. Retratando um grupo de adolescentes que vivem no anonimato, estudando como qualquer jovem comum, mas na verdade escondem uma identidade secreta, eles são poderosos ninjas. Esses ninjas são a principal “arma” da ilha de Ninjago contra o vilão Garmadon. O grande problema é que o líder dos ninjas é o filho desse vilão e por isso, ele vive no dilema ao confrontar o seu pai.

O roteiro do filme é bem regular, ao mesmo tempo que consegue criar criativas e engraçadas situações com os bonecos Lego, inclusive explorando o fato deles serem montados porem, existe um exagero no melodrama que envolve o herói e o vilão da trama tudo para desenvolver uma história universal e familiar sobre pai e filho.

Esse foco nestes dois personagens, resultou em todos os outros se tornando apenas pano de fundo, sejam seus colegas ninjas que o acompanham praticamente o tempo todo, seja sua mãe Koko ou seu mestre Wu, que na dublagem americana é trazido a vida por Jackie Chan.

O  ponto positivo do roteiro é homenagear os clássicos filmes de Kung-Fu, fazendo até piada com alguns nomes de filmes famosos e também com os clichês que quase todos esses filmes possuem. Aquele tipo de piada feita para quem gosta de filmes e está levando as crianças. Falando nelas, esse é o tipo de filmes que vai fazê-las sair da sala de cinema pulando e dando cambalhotas. A homenagem aos tokusatsus também é evidente e vai encantar os mais novos pelo conceito sempre envolvente de poderes e times de lutadores, e talvez os adultos pela nostalgia daquilo que viam na TV.

A direção de Charlie Bean, Paul Fisher e Bob Logan, não trazem nada de excepcional, mas a coordenação de animação é ótima, mantendo o nível da franquia e dando ar próprio nas cenas de lutas que ocorrem no segundo ato da animação.

LEGO Ninjago: O Filme pode ser o menos consistente da franquia LEGO pelo roteiro simples e repleto de clichês, mas ainda assim proporciona um bom divertimento para o seu público.

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