Resenha: Endgame – O Chamado

Willyam Nascimento
4 Min de Leitura

Em um mundo distópico tão tão distante, uma garota de 16 anos entra no lugar de sua irmã em um jogo de vida ou morte, desafia um tirano, volta a participar do jogo, se junta aos rebeldes e enfim, derruba o sistema opressor. Mas o que isso tem ver com Endgame – O Chamado?  Pois meus caros, essa é a mesma pergunta que me fiz quando anunciaram o livro dos autores James Frey e Nils Johnson-Shelton, e começaram a comparar com o livro da garota em chamas.

Julgado como o “novo Jogos Vorazes juvenil”, Endgame possui seu próprio universo. Os autores sabiamente pegam os tão conhecidos clichês sobre a origem da humanidade e nos apresenta um livro alucinante e delicioso de se ler. Afirmo que eles melhoram os clichês e nos traz jogadores inteligentes e com garra de vencer o jogo.

Como a própria capa do livro estampa, Endgame é além do nome do livro, o jogo que 12 jovens, de 12 distintas linhagens precisam jogar, e um somente um sobreviverá. “Ahhh, aí o novo Jogos Vorazes”.  Sim, existe essa relação de participantes, e uma semelhança com o número de jogadores, e o fato de somente um pode vencer, mas para por aí mesmo. Enquanto o livro que retratava uma sociedade dividida em distritos, capital, e com temas sociais, Endgame nos traz questões mais ficcionais, como destino da humanidade, criação humana, acreditar em Deus, vida extraterrestre etc. É um livro que não te faz pensar em temas de nossa sociedade, e sim um livro de aventura. O que é muito bom!

Existe uma grande expectativa de quem viverá ao final do primeiro livro, e isso é muito bem elaborado. São criadas situações que te coloca a favor e contra os participantes do Endgame, e é realmente empolgante. Sem falar que durante todo o livro existem pistas sobre a chave da terra, que é a primeira das três que os participantes devem procurar. Durante a leitura o leitor pode achar mais pistas acessando códigos deixados no livro que os leva a sites, existindo uma interação que ultrapassa a simples leitura.

É valido salientar, que quando você possui vários personagens envolvidos, os autores tendem a dar destaque para alguns e menos para outros. Isso acontece na história, mas de uma forma que não prejudica o entendimento do leitor. A narração em terceira pessoa é um trunfo, pois permite uma descrição de acontecimentos bem ampla de todas as cenas, principalmente as de ação.

O livro tem por volta de quinhentas páginas, e particularmente penso que algumas coisas poderiam ser cortadas, mas de um todo considero tudo importante para a história.A minha única insatisfação é pelo destino dado a um certo personagem, considerei muito injusto o que lhe aconteceu. Obs: Não posso dizer mais nada.

No mais, Endgame – O Chamado consegue driblar as comparações infundadas com o romance da Suzanne Collins e criar seu próprio universo sagaz e empolgante que vai conquistar o coração de muitos leitores.

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