Darksiders 3 | Série retorna trazendo o Hack ‘n’ Slash com algumas mecânicas de Dark Souls

Emile Campos
8 Min de Leitura

Guerra, Morte, Cólera, Conflito, os 4 cavaleiros do apocalipse, seres responsáveis pelo o equilíbrio do universo, servindo apenas ao conselho das chamas e também seriam aqueles que iriam a terra no fim dos tempos para punir os perversos, sendo eles seres humanos, demônios ou anjos, mas no entanto não foi isso que aconteceu.

O primeiro Darksiders foi lançado em 2010 e começou uma franquia que assim como seus personagens teve uma historia conturbada. Diante de traições e eventos inesperados, Guera no primeiro jogo e Morte no segundo precisaram lutar contra eventos fora dos seus controles. Quando a THQ faliu e junto fechou a desenvolvedora original da série, a Vigil Games, a franquia precisou superar as adversidades do mercado para sobreviver. O terceiro game da série ganhou enfim a luz do dia e agora assumiremos o papel da Cólera (Fury no original), dita como a mais impulsiva dos cavaleiros, mais será que o game corresponde as expectativas e traz novos rumos pra franquia? Vamos então a analise.

Darksiders 3 assim como seu antecessor se passa antes dos acontecimentos do primeiro game, mais especificamente durante os 100 anos que Guerra passou preso por um crime que não cometeu, Cólera, a mais furiosa e impaciente dos cavaleiros é convocada pelo Conselho das Chamas para caçar os 7 pecados capitais que foram soltos na terra. Ignorando os pedidos de ajuda e conselhos de seu irmão, ela parte para o planeta devastado com intuito de aniquilar todos os pecados que aparecerem em seu caminho.

Logo no começo é perceptível uma mudança de estrutura no game já que não existe um mapa, nem dungeon no jogo. Ele também é mais contido se comparado ao segundo, sem muito foco no luche ou uma variedade de armas e equipamento, aqui o foco está em aproveitar ao máximo as ferramentas disponíveis para o jogador, seja através do combate, com enfase na esquiva e posicionamento ou através dos enigmas e desafios que serão encontrados no decorrer da campanha. As dungeons foram substituídas por um mundo mais conectado,sendo praticamente uma imensa dungeon com atalhos e checkpoint esporádicos forçando o uso inteligente de recursos e incentivando a exploração. O mapa é apenas uma bussola levando Cólera ao próximo pecado, trazendo uma experiência um tanto linear mas repletas de caminhos opcionais que fortalecerão a personagem, tanto através das almas que são coletadas para subir de nível e que podem ser perdidas quando você morrer bem ao estilo Dark Souls, como os recursos para melhorar seus equipamentos. Um estilo de progressão novo, mas familiar, já que os íntimos da série vão se sentir em casa derrotando uma variedade de anjos,demônios e outras criaturas, enquanto libera outras habilidades que acessem áreas inacessíveis antes.

Essa familiaridade traz um ritmo agradável que constantemente introduz novas mecânicas ao jogador, essa é uma das melhores virtudes do primeiro game e esse ritmo retorna no terceiro game com as varias formas abismais que a protagonista adquire durante o game. A forma abismal da chama permite que você ande na lava sem tomar dano, além de dar um pulo mais alto pra personagem. Na forma abismal da tempestade deixa você planar por um período conseguindo acessar certas plataformas inacessíveis. A forma abismal da força, Cólera fica mais pesada possibilitando andar embaixo d’água e colar em certas paredes.Tudo isso é inserido de forma gradual e abrindo um leque de variedades, seja no uso conjunto dessas habilidades disponíveis como no uso dessas habilidades de forma imediata a área passadas que antes não podiam ser exploradas e isso dar uma cadencia e evita que o jogo se torne massante e repetitivo e não pela as habilidades em si, mas como o level design se utiliza disso.Os enigmas são provocativos  e o combate que vai ficando cada vez mais interessante conforme você vai desbloqueando as armas e habilidades das diferentes formas de Cólera.

Darksiders sempre teve em sua veia um pouco de tudo, a franquia se destacou primeiramente com uma mistura de Zelda e Devil May Cry e esse caldeirão de misturas ainda é o prato principal do terceiro game e o combate é um dos pilares que a série se sustenta e dessa vez, a esquiva e posicionamento toma os holofotes. O combate profundamente estratégico e difícil devido a que Cólera ao contrario de seus irmãos toma mais dano e tem uma facilidade muito maior de morrer na mão dos inimigos, seja enfrentando bestas comuns ou chefes, você deve está atento quando desviar e quando ser agressivo, uma esquiva na hora certa permite um contra ataque que causar mais dano e até deixa o inimigo atordoado, aumentando as chances de exito. Mesmo com essa fragilidade da personagem, o combate continua rápido e por dizer caótico quando há muitos inimigos em tela, o que pode ser um pouco prejudicado pela câmera. Mas se nos chefes o desafio está bem desafiador na medida, a certa dificuldade que o jogo progride e forca o jogador a aprender logos as habilidades e com checkpoints esporádicos e espaçados  pode causar certas frustrações isso sem falar nas mortes que podem resultar em uma perda considerável de progresso, felizmente essas frustrações são remediadas devidos as simples porem eficiente sensação de vencer as monstruosidades em seu caminho.

O maior pecado de Darksiders 3 está no seu quesito técnico. Ele claramente é um game com uma produção menor que os anteriores e isso se mostra de duas formas: Mal otimização, acontecendo constantes queda de FPS (tanto em consoles quanto PC)e um nível menor de diferentes composições de cenários, levando um certo grau de mesmice, além de não ter um visual relativamente digno de game no nível AAA, mas que levando em conta o tamanho reduzido de sua equipe de produção e escopo, o saldo ainda é bem positivo.

No final Darksiders 3 sabe realmente o que quer ser e mesmo sendo mais minimalista consegue agradar sendo mais conciso, desafiador e até menos cansativo, algo que grandes produções costumam ser pegas. Mesmo sendo antes do primeiro, o game expande seu universo com uma protagonista que comete erros mas amadurece em sua jornada e deixa o palco montado para um possível quarto jogo estrelado por Conflito. Darksiders não inova e nem se reinventa, mas entrega exatamente o que os nós fãs estávamos querendo.

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