Lino Yang é o personagem principal da história do autor Thiago Ribeiro, um garoto de 14 anos que vive com seus pais e o irmão em Canoas Novas, cidade que pertence ao país de Belana. Mas não se engane, Lino já possui uma grande responsabilidade, os deuses decidiram ser mortais e ele terá que encontrar os herdeiros.
Nos primeiros capítulos, o autor já faz um jogo de passado e presente. Revela alguns detalhes da história, como o seu universo. Belana, país no qual Lino e sua família reside, possui uma cultura muito interessante. Pelo que se conta, as pessoas cultivam a adoração pelos deuses, sejam eles em sua forma grega ou romana. Durante todo o livro sempre são citados expressões como “No rumo dos deuses?” ou “Louvados sejam Pã e os demais!”, sem falar que o tempo é conduzido pelos meses de Marte, Jupiter etc.
Se você leu o enunciado, sabe que os deuses decidiram ser mortais, pode até parecer até estranho (na verdade MUITO!), mas é isso mesmo. Os deuses cansaram da imortalidade e querem compartilhar a linha da vida com jovens mortais. É nesse ponto que o Lino entra, ele foi escolhido para escolher tais jovens. Mas para que seja declarado escolhido, uma série de coisas começam a ocorrer, uma delas é a troca de escola após um determinado acontecimento e Lino acaba sendo convidado a sair da sua escola. Matriculado na Parthenon, sua nova escola em Vila Tholos, mais mistérios serão desenvolvidos pelo autor causando muita curiosidade ao leitor.
O livro possui em média 440 pag, é bem escrito, tem uma ótima narrativa. Mas o ponto que considero como fraco, é a questão do romance inserido na história mais a protelação dos acontecimentos. O Thiago acaba focando muito nas relações sejam elas amorosas, de amizade, questionamentos, do que a próprio enredo dos herdeiros dos deuses. Há pontas que ele vai deixando ao longo na leitura, mas um maior aprofundamento só vem na reta final da história.
Costumo me apegar muito pelos personagens secundários na maioria dos livros que leio, porém esse foi diferente. Considero Lino o personagem bem mais construído da trama, já que os amigos do dele não me cativaram. Consideração especial para aparição de alguns deuses que roubam a cena foi um UP e tanto.
Sem mais delongas, o Thiago consegue atingir o público alvo, ele possui a linguagem jovem e sabe usa-la da melhor maneira possível em uma construção da sua narrativa, mesmo pecando no seu foco. Espero ver uma continuação do livro, sinto que há muito mais para ser mostrado pelo autor e sem dúvida alguma Lino Yang terá boas e incríveis aventuras nas mãos do autor.