Pedro Coelho | Divertido, o clássico infantil é capaz de encantar todas as idades

Priscila Dórea
4 Min de Leitura
Peter Rabbit (James Corden) in Columbia Pictures' PETER RABBIT.

Ainda que seja mundialmente conhecida, a história de Pedro Coelho pode passar despercebida em muitos radares maternos e paternos por aí. No entanto, seu mais novo filme em live-action e computação gráfica, pode mudar um pouco isso. Divertido e inteligente, o longa garante umas boas duas horas de risos e uma vontade louca de ter coelhos como animais de estimação.

O filme conta a história de Pedro Coelho (James Corden) e sua família que, a muito tempo, quer o quintal repleto de vegetais do vizinho humano, o razinza Sr. McGregor (Sam Neill), para comerem o que quiser. Há alguns anos, quando os pais de Pedro eram vivos, eles tinham livre acesso ao quintal, mas se já era difícil com o antigo Sr. McGregor, as coisas acabaram de piorar com a chegada de seu sobrinho razinza, Thomas McGregor (Domhnall Gleason). O fato do jovem parecer ter se encantado com a vizinha Bea (Rose Byrne) – que é uma amorosa protetora dos coelhos -, talvez seja muito bom para a família Coelho. Ou talvez não.

O longa é bastante inteligente para um filme infantil, não subestimando de forma alguma a criança que está assistindo. Tanto que, se analisarmos bem, existe algumas entrelinhas na história, principalmente em sua moral, que talvez seja difícil serem percebidas pelos mais novinhos. Sua principal moral é a já conhecida “se você se comportar, será bem recompensado”, mas no meio dela também se ensina a aceitar as mudanças e as abraçar com suas partes boas e ruins.

Porém, antes de se chegar a grande recompensa, Pedro apronta muito com o jovem McGregor, que apronta muito de volta, e é claro que é daí que sai grande parte da diversão. As cenas são divertidas e clássicas com seu planos de quedas, choques e batidas na cabeça, mas não se tornam entediantes com facilidade, ainda mais por ter um respiro entre entre elas. No entanto, todos esses planos chegam a passar um pouco do limite: uma cena em que Pedro causa um ataque anafilático no jovem McGregor que é alérgico a amoras causou um rebuliço nos EUA, fazendo o estúdio se desculpar formalmente.

Escrito e desenhado pela inglesa Beatrix Potter, The Tale of Peter Rabbit (1902) é o título original da obra que deu origem a esse filme. Beatrix já teve sua história contada em um filme chamado Miss Potter (2006), onde interpretada por Renée Zellweger, a história conta como a jovem Beatrix fez de Peter Rabbit um dos maiores clássicos infantis do mundo.

O primeiros minutos do filme seguem a história original, mas depois de cerca de 15 minutos toma seu próprio rumo, quase como se fosse uma extensão da história, além de sua própria versão de Pedro. A interação entre atores reais e computação gráfica é sempre um coringa e uma das grandes curiosidades desse tipo de filme, e em Pedro Coelho ela não decepciona.

Pedro Coelho, apesar de seus deslizes, é um filme que não apenas irá agradar a quem o assistir, mas é daqueles com grande potencial para ganhar uma sequência: com saldo negativo de erros desleixados em seu roteiro, mais cenas hilárias de animais falantes e o dobro de risos.

“Agora, isso é uma festa. Oh sim!”
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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
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