Back To Black não faz jus à grandeza de Amy Winehouse

Emile Campos
5 Min de Leitura
1.5 Ruim
Crítica - Back to Black

Amy Winehouse, uma das maiores vozes do Jazz e R&B dos últimos anos, acima de tudo foi uma figura que assim como seu talento teve sua vida conturbada.

Problemas com álcool e drogas, escândalo com a imprensa e um conturbado relacionamento foram alguns desses que a cinebiografia Back to Black, que chega nessa quinta-feira (16) nos cinemas tentam retratar e trazer a tona. Ao menos tenta, porque tudo aqui é tão conturbado, perdido e sem inspiração que não faz jus a figura que foi a cantora.

Back to Black explora a história de sua protagonista a partir de sua ascensão musical até os eventos que antecederam sua morte trágica e precoce em 2011, com apenas 27 anos de idade. Na trama, passamos pelos primeiros contratos profissionais da artista, consolidação de sua persona, expansão internacional de sua carreira e, em especial, o conturbado relacionamento com o ex-marido, Blake Fielder-Civil.

Universal Pictures/Reprodução

O roteiro do longa primeiramente já tem seu ponto negativo por um ponto principal: o pai de Amy, Mitchell Winehouse é um dos envolvidos na produção e só por isso, o longa que joga no seguro com a forma de bolo pronta de muitas obras do gênero, retrata sua figura como angélicas e positivas do que realmente eram de fato, assim como o ex marido Blake e fazem da protagonista a ingrata personificação da desequilibrada e vilã de sua própria história, sendo que não é nada bem assim.

Amy sempre foi uma pessoa com bastantes problemas e muitas coisas foram agravadas por suas relações e abusos e isso aqui nada é explorado de fato ou se é, é feita da forma mais rasa possível. Seua problemas com álcool, bulimia e drogas, ou são mencionados com uma linha de diálogo ou mostrado na forma mais qualquer coisa e nunca apresentados com seriedade. Se quiserem ver realmente a história da Amy, sugiro conferir Amy (2015) documentário produzido pela A24 que retrata muito da artista.

Universal Pictures/Reprodução

Tendo em mente que se trata de uma ficção baseada em uma história real muito recente, é difícil engolir personagens simples demais. Embora contem com performances carismáticas de Jack O’Connell (O Amante de Lady Chatterley) e Eddie Marsan (Magnatas do Crime), as representações de Blake e Mitchell parecem ter medo de explorar qualquer controvérsia e Back to Black nada em águas rasas: um pai que fez o que podia e um marido enfrentando problemas tão severos quanto os de Amy.

Outro grave problema do longa, está na sua montagem para estabelecer uma linha temporal no mínimo entendível. O longa começa com ela com 18 anos e iniciando a carreira, depois pula pra ela gravando o primeiro disco e sendo um sucesso na Inglaterra, mas os cortes de tempo são tão bruscos que não tem como saber em quando estamos ou quanto tempo se passa para as mudanças, e o longa nem tenta ao menos utilizar o recurso de data na tela pra cada passagem que fica confuso de acompanhar a história.

Universal Pictures/Reprodução

Pra não dizer que tudo é completo caos, a atriz Marisa Abella escolhida para o papel, acerta mais do que erra. Apesar de não ter a carisma que a Amy tinha, a atriz consegue incorporar as fisicalidade e trajetos de forma bem convincente que vemos uma dedicação dela, mesmo quando o texto não ajuda.

A musicalidade também é um outro ponto importante que ao menos nos consola diante da falta de inspiração que o roteiro e a direção de Sam Taylor-Johnson trazem ao longa.

Bom, pra para de bater em cachorro morto, Back to Black é mais Marisa Abella tentando fazer algo em um produto sem um pingo de inspiração, confuso e perdido. É um filme que não agrada aos fãs da cantora, ao mesmo tempo que ela sua confusa estrutura não traz os não fãs sobre quem foi Amy Winehouse.

 

Crítica - Back to Black
Ruim 1.5
Nota Cinesia 1.5 de 5
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