Obras literárias ainda são uma moda em Hollywood. Apesar de não ter a mesma febre da ultima década, principalmente com as voltadas para jovens e adolescente, a industria sempre pega alguma de sucesso para transpor para as telas.
O Pior Vizinho do Mundo é bem peculiar, pois o bestseller escrito por Fredrik Beckman também já ganhou uma versão cinematográfica sueca em 2015, e claro que se gera sucesso, Hollywood quer fazer sua versão. O remake é encabeçado por Tom Hanks, faz o que esperamos dessas adaptações americanas, mas que sabe emocionar.
A história acompanha Otto (Hanks), um senhor rabugento que desistiu da vida após a perda de sua esposa e quer acabar com tudo. Mas, quando uma jovem família se muda para as redondezas, ele encontra um refresco com a perspicaz Marisol (Mariana Treviño), levando a uma amizade que mudará seu mundo.
Dirigido por Marc Forster (007: Quantum of Solace) o filme mesmo trazendo um roteiro bem simples, nos brinda com coração. Diferente do titulo nacional, Otto está longe de ser o pior vizinho do mundo, ele é apenas um homem amargurado cheio de manias, e alguns traumas, que corroboram seus comportamentos extremamente centrados em si e na sua lógica mui particular. A construção da relação de Otto com sua vizinha Marisol é muito cativante e a alma do filme. A relação de empatia e ódio entre os personagens é perpetuada aos poucos e assim vemos como Marisol com seu jeito alegre e louco vai adentrando no coração amargurado de Otto.
Tom Hanks consegue mais uma vez, por trazer humanidade a um personagem geralmente odiado por todos. Junto com Mariana Treviño esse fator humano e as situações cômicas emociona e dá um calor no coração. A produção em seus 126 minutos consegue mostrar os motivos que levaram o personagem de Hanks, ser quem ele é, tudo isso feito de modo respeitoso e condizente com a proposta.
O Pior Vizinho do Mundo é uma obra que emociona e diverte na mesma proporção, e mostra como pequenas atitudes podem mudar a vida de alguém, afinal quem não conhece um Otto na sua vida?.
