A produtora independente A24 se tornou em uma querida no quesito de produções com qualidade e fora um pouco do que os blockbusters feitos atualmente em Hollywood. X- A Marca da Morte é mais um bom exemplo de produções do estúdio que traz um slasher bizarro e eficiente trajando como referência o cinema do revolucionário e subversivo Tobe Hooper.
Na trama em 1979, um grupo de jovens cineastas partiu para fazer um filme adulto na zona rural do Texas. Porém, o filme produzido pela equipe é pornográfico e os residentes da fazenda não sabem disso, o que acaba causando um grande conflito.
Homenageando os longas dos anos 70, principalmente os filmes do Hopper como mencionei acima, a produção do cineasta Ti West traz em sua essência tudo o que se define e faz em um slasher padrão, tendo o maior referencia O Massacre da Serra Elétrica, muito por conta das locações, enquadramentos e fotografia bastante semelhante com a clássica obra.
West faz questão de transformar a produção em uma carta de amor aos filmes que o influenciaram desde o começo da carreira – e constrói espécies de easter eggs para satisfazer o público fã do sub-gênero do terror. Além disso o roteiro traz um subtexto no filme sobre moralismo e sexualidade que converge de forma interessante aos que muitas produções slasher definiram durante anos e assim como um paralelo oposto aos vilões.
Na parte técnica e figurino se destaca a recriação da atmosfera direta dos filmes da década de 70. O elenco escolhido a dedo traz mais triunfo para a obra, apesar do maior destaque ser para Mia Goth e Jenna Ortega, ambas funcionando como uma espécie de preto e branco para o subtexto puritano e o “pecado”. Todos muito a vontade em seus papéis, e o bom texto traz carisma e personalidade para a maioria dos atores.
X – A Marca da Morte é uma das grandes surpresas do ano e mais uma ótima e sangrenta obra da A24. Um prato perfeito para os fãs do gênero que apesar do seu lançamento tardio nos cinemas nacionais merece a atenção devida.