Wytches | Uma HQ que traz originalidade para as velhas histórias de bruxas

Priscila Dórea
3 Min de Leitura

Quando começar a ler Wytches, para afundar na narrativa de Snyder, na arte de Jock e nas cores de Hollingsworth, você precisa, realmente, esquecer tudo que anda lendo e assistindo sobre bruxas por ai. As bruxas aqui não são divertidamente perversas, nem sensuais e, é claro, nem um pouco boazinhas.

Scott Snyder escreveu Wytches com base em suas aventuras de criança, quando começou sua obsessão por bruxas e, junto com o amigo e vizinho Ryan, passava os finais de semana caçando bruxas na floresta que havia entre suas casas. Tudo era apenas uma brincadeira, apesar deles encontrarem indícios promissores que haviam bruxas por ali. Até que eles acabaram vendo uma de verdade.

As bruxas de Wytches – ou brvxas, como são chamadas na HQ – são entidades sobrenaturais enormes, com o corpo totalmente desconjuntado e disforme se comparados com os dos humanos: com membros compridos, enormes dentes e cegas, elas perseguem as “presas” pelo cheiro. Se você tem um desejo que quer realizado, elas podem realizar. Claro que por um preço. Uma jura. Você precisa jurar alguém, ou seja, você precisa dar alguém para as bruxas em troca de seu desejo.

Nesse primeiro volume – de uma série de seis -, a história vai e volta entre acontecimentos do passado e do presente, para que com isso você entenda como a família Rook se mudou para aquela cidade e por qual motivo as bruxas estão atrás de Sailor, a filha do casal. O roteiro inicialmente parece ser um pouco rápido demais, mas, do seu jeito, contribui para criar o clima de angustia e terror que Sailor passa ao decorrer da história.

A camada de tinta acrílica e aquarela usada nas páginas aumentam a clima de terror e confinamento, porém algumas vezes deixa o desenho confuso e a sensação que colocaram borrões demais. Ainda que tenha sido uma técnica muito interessante usada pelo colorista.

É uma boa história não apenas sobre bruxas, mas também sobre família e a relação de pai e filha. Podemos dizer que é uma boa introdução ao mundo de Wytches, que, nesse primeiro volume, traz aquele ar de originalidade que às vezes buscamos em novas histórias de nossas mitologias favoritas, mas ainda é um mistério o que pode vir a acontecer nos próximos volumes.

Em suas páginas finais você encontra os primeiros esboços do desenhista e do colorista, além de textos de Scott Snyder, que contribuem ainda mais para a imersão do leitor na história.

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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
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