Lá em 2018, o primeiro Venom deu inicio ao Sonyverso, universo compartilhado do estudio que ia usar os inimigos do Homem-Aranha para ser desenvolvido em filmes solos que assim como MCU teria ligação entre eles em algum momento.
O sucesso foi estrondoso mesmo com as críticas mistas e Venom: Tempo de Carnificina foi e mais uma agradou o publico ainda trazendo mais opiniões mistas dessa vez. Venom: A Ultima Rodada chega para dá um fim nessa trilogia do mais bem sucedido personagem desse estranho universo do estudio (Morbius e Madame Teia que foram lançados não deram muito certo).
Apesar de ser uma aventura melhor que a anterior, Venom 3 continua a trazer os erros e acertos da formula que fez seus antecessores terem exito com o publico, um longa que mantem o humor e situações escrachadas, com uma ação característica de filmes do gênero, e um fiapo de linha narrativa para conduzir tudo isso.
O terceiro capítulo da franquia mostra o protagonista e Venom em uma frenética fuga. Caçados por forças tanto do seu planeta natal quanto da Terra, a dupla se encontra em um aperto crescente, com a rede se fechando rapidamente ao seu redor. À medida que a pressão aumenta, Eddie e Venom são forçados a tomar uma decisão devastadora que marcará o fim de sua última dança juntos.
Estreando na direção Kelly Marcel, que foi roteirista dos filmes anteriores consegue conduzir o longa como uma divertida road trip com Eddie e Venom fugindo de ameaças militares humanas e alienígenas, sempre explorando a quimica da dupla que sempre foi o ponto forte da franquia.
Se o primeiro filme parecia uma adaptação de quadrinhos fora de época e o segundo uma comédia romântica estranha e pastelão, o terceiro quase acerta o tom entre as duas coisas. Sim, ainda parece um filme de quadrinhos fora de época e uma comédia pastelão, mas agora o que gera uma certa simbiose, unindo uma coisa na outra funciona mais do que antes, já que o tom de aventura está mais afiado e as cenas de ação funcionam bastante com um CGI relativamente bom – aliado ao personagem principal já a vontade do que os filmes passados.
Porém, com o avanço da história vemos que o filme peca em coerência e profundidade, repleto de coincidências e conveniências de personagens para que a história continue. Os personagens secundários aqui (principalmente os cientistas e militares) tomam as piores decisões que o roteiro exigem deles e meio que a história precisa dessa falta de inteligencia para criar certas situações.
Sem a necessidade de fazer um personagem “pé no chão”: Tom Hardy se destaca ainda mais em seu tom cômico com o “duo” com ele mesmo — ainda que nem sempre isso fique bom, ele está mais solto do que nos últimos dois filmes. Chiwetel Ejiofor é o militar responsável por caçar Venom em cenas que lembram os piores momentos dos filmes de Hulk, sendo genérico e irrelevante e não tendo um material bom o bastante para brilhar como em outros projetos. Juno Temple é a cientista líder desse núcleo que estuda os simbiontes e comete alguns erros. Além disso, a personagem tem toda uma introdução importante para na maior parte do tempo ser apenas mais uma cientista genérica de qualquer filme de super-herói.
Outro problema do longa está na sua figura vilanesca. Apesar da apresentação de Knull, O Deus Simbionte ser muito parecida com sua contraparte dos quadrinhos, ele não é de fato o vilão do filme, mas apenas sua introdução para um futuro, fazendo Venom 3 carecer de um antagonista fixo como tiveram seus antecessores.
Pra finalizar, Venom: A Ultima Rodada encerra a trilogia com a diversão escrachada de sempre. Longe de ser perfeito, ele é honesto no que se propõe do inicio ao fim para entregar a mais descompromissada sessão possível.
* Não saiam da sala antes dos créditos acabarem pois há duas cenas durante ele.