Seja a milhas de distância ou paralelo ao seu mundo, existem povos que viveram períodos sombrios e sem nenhuma tecnologia que temos hoje, mas eles tem visto criaturas de um universo fantástico que só temos a sorte de ver em livros e filmes. Para sentirmos o gosto de cada uma dessas situações a Editora PenDragon reuniu todos os seus escritores para colaborarem com uma dessas várias histórias que leremos em “Universos Extraordinários: Uma coletânea de Contos da PenDragon“, um livro de fantasia nacional repleto de novos autores para descobrir pelo caminho. Escolha sua arma e vamos desbravar esse gênero mágico que é a fantasia.
Num total de 25 contos originais por 25 autores brasileiros teremos um pouco da experiência desses jovens escritores pelos cenários medievais e épicos no qual cresceram ao ler grandes obras inspiradoras como “O Senhor dos Anéis” e “As Crônicas de Nárnia“. Uma prova disso é a abertura com a história da região “Utopia” (de Amanda Novachi), onde uma jovem elfa chamada Lexia descobre que nem tudo que os mais sábios dizem é verdade, ainda mais quando descobre que nem mesmo Utopia é um lugar perfeito. A partir de questionamentos filosóficos entendemos que nenhum lugar é perfeito sempre. Essa entre outras participações serão a base para esse livro ser uma cativante viagem pelo desconhecido, pois é excelente para quem busca inspiração após leituras mais densas.
“Que mal há em fugir um pouco do mundo?“
Cada conto tem no mínimo 3 ou 4 páginas, o que facilita para quem não tem muito tempo para uma história extensa. A leitura é leve e em alguns momentos poderá se interligar como é o caso dos contos “Quando Eu Me Apaixonei por Júpiter” (de Alexsandra Figueiredo) e “Quando Eu Me Apaixonei por Saturno” (de André Solidão), mostrando uma verdadeira história de amor se comunicando através de histórias paralelas em um reino com fadas, leões gigantes e muita magia. A cada capítulo veremos que a divisão de alguns autores é diferente de outros, sendo melhor ler um conto ou dois por dia. Só não esqueçam que essa leitura é recomendada para jovens acima dos 16, já que alguns contos contém um conteúdo bem mais maduro como “A Meretriz” (de Sayd Alcantara), um dos destaques dessa edição pela ousadia em seu desfecho.
Ainda que muitos fiquem sedentos por mais, vamos ter que aceitar que tudo que é bom dura pouco. A narrativa de contos como “Menina Lua” (de Rita Pinheiro) nos fará ver os conflitos de vidas passadas e sentir a aflição que a personagem Luna. Ainda nas 144 páginas encontramos um pouco de mistérios e suspense, como o visto em “O Mundo Além das Fechaduras” (de J.S. Albino) e “O Cemitério da Arca do Morto” (de Robson Gundim), história que se passa no ano 1669 na Jamaica. Para quem quer algo mais pesado, próximo ao terror de George R. R. Martin, talvez “A Cidade das Pirâmides” (de Lucas Barbosa) seja ideal para leitura, e o melhor… encontramos Aladim nessa aventura! Ou seja, um conto para cada magia que queríamos usar depois de ler.
A combinação de vários gêneros fez da leitura algo bem rico e sem preocupações a não ser aquela de “preciso conhecer mais desse autor”, afinal, pelos contos favoritos já descobriremos um novo autor que deve lançar obras pela editora, que possui uma variedade em seu catálogo desde 2015, quando começaram com esse sonho. Entre tantos dragões guerreiros é impossível não se apaixonar por seus personagens que variam na altura, gênero e até mesmo espécie. Vale a pena conferir! A ilustração da capa ficou por conta de Marcus Pallas, sendo um trabalho fenomenal e que nos remete ao clima que toma quase a maior parte dos contos. Parabéns pela iniciativa da PenDragon de fazer os novos autores brasileiros ganharem suas páginas.