Uma Noite de Crime: A Fronteira continua explorando superficialmente a temática social da franquia

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
Universal Pictures/ Divulgação

A franquia Uma Noite de Crime chega ao seu quinto longa mantendo sua proposta de mostrar o experimento “social” de liberar o ódio por um dia no ano para saciar a sede de violência dos cidadãos de bem. Se o fundo politico forte que a temática sempre tentou mostrar mas não saia do raso se encontrou aqui, desculpe lhe informar mas o mais do mesmo é o que a cineserie continua oferece .

Desta vez o roteirista e criador James DeMonaco traz as tensões étnicas e raciais para foco da trama. Situados perto da fronteira entre México e Estados Unidos em uma pequena cidade do Texas, os imigrantes indocumentados Juan (Tenoch Huerta) e Adela (Ana de la Reguera) estão trabalhando duro como fazendeiros e em frigorífico, respectivamente, enquanto são vistos com suspeita por Dylan Tucker ( Josh Lucas), filho do chefe de Juan, Caleb (Will Patton). Enquanto isso, o Expurgo – um período de 12 horas em que praticamente todos os crimes são legais – foi restabelecido quando os Novos Pais Fundadores voltaram ao poder após um período de conflito social que é rapidamente exposto durante os créditos iniciais. Juan e Adela e seus companheiros imigrantes descansam tranquilos enquanto mais um expurgo parece ter sessado  juntamente com os Tuckers, e então parece que acabou. Exceto, agora que há um grupo chamado “Ever After” que não quer parar de expurgar, e conforme a violência irrompe em todo o país, Juan, Adela e os Tuckers devem se unir para sobreviver a um expurgo sem fim que esta por vir.

Universal Pictures/ Divulgação

Como sempre na franquia, o roteiro sempre traz ideias e possibilidades para um comentário profundo, mas claro aqui tudo é colocado ou bem superficialmente ou é apresentado e descartado logo em seguida. Embora seu antecessor que é uma prequel tenha trazido algumas boas colocações, A Fronteira regride e o aqui o texto de DeMonaco parece mais uma vez não explorar a fundo sua interessante temática. Aqui quem defende as ideias de “retomar seu país” ou patriotismo seguem o estereotipo do caipira malvado ou um cara com uma suástica tatuada na cara. Esses ideais tem muito mais para discutir e relacionar com nossa sociedade atual, mas o longa se acovarda e prefere usar o terror e a tensão para sua plateia, algo que também não é lá muito bem bolado.

As cenas de tensão até que geram algumas coisas visualmente gráficas de ver, mas os sustos abusam do mais puro clichê dos jumpscares. As atuações aqui como nas maiorias das produções do gênero estão ok dentro do possível. Destaque para Ana de la Reguera (Army Of The Dead) e Tenoch Huerta (Narcos: México), como o casal de imigrantes mexicanos que conseguem apresentar com sua expressividade o temor da situação que vivem.

Universal Pictures/ Divulgação

No geral Uma Noite de Crime: A Fronteira entrega mais do mesmo de uma franquia que se desgasta por não saber explorar sua temática com exatidão. O gancho deixado para a agora prometida ultima parte é promissora, mas vendo como a franquia inteira caminhou, eu fico com as expectativas bem baixas para o que virá.

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