Em 2018, Um Lugar Silencioso chegou como quem não quer nada e trouxe uma agradável surpresa para o gênero. Com uma historia simples mas eficiente e se utilizando em recursos sonoros(ou a falta dele) John Krasinski criou um longa tenso e inquietante do inicio ao fim.
Realizado com apenas US$ 17 milhões e faturando mais de US$ 300 mundialmente, a Paramount viu no sucesso a chance de se ter uma franquia lucrativa. Agora depois de vários adiamentos decorrentes a pandemia que acontece no mundo, sua sequencia enfim chega aos cinemas e o resultado é mais uma obra que tem tudo pra agradar os fãs da franquia e do gênero horror em geral.
Na sequencia, a história segue os passos da família Abbot logo após os acontecimentos do primeiro filme. Agora, Evelyn(Emily Blunt), Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) precisam enfrentar os perigos do mundo exterior em busca de sobrevivência e as aterrorizantes criaturas não são os únicos perigos com quem eles vão precisar se preocupar.
Apesar de não trazer uma história tão inovadora e original quanto a do primeiro, Um Lugar Silencioso Parte 2 é eficiente onde as sequencias geralmente erram: ser mais e maior em tudo. Aqui o filme é essencialmente uma parte 2 da trama original. Aqui Krasinski sabiamente ao se utilizar de um flashback do primeiro dia da invasão, estabelece inserções de novos personagens assim como nos trazer de volta a esse universo tenso rapidamente.
A partir dai o foco do filme é acompanhar esse grupo de sobreviventes em busca de compartilhar com outros aquilo que foi descoberto no anterior, além de continuar a sobreviver nesse mundo pós apocalíptico, e apesar de não avançar demais em expandir esse universo, o filme é honesto em acompanhar aqueles que ele decidiu contar a história e que terão relevância lá na frente. Parecem filmes sobre sobrevivência, e são, mas há uma jornada maior acontecendo em segundo plano, mas sem ser aquela velha jornada que precisa ser encarada. Assim como se iniciou sem pretensão de ser algo maior, aqui fica evidente que seus realizadores fazem o segmento de seus personagens do mesmo jeito, intimista e fechadinho, mas claro dando margem para continuações possam explorar outras linhas narrativas.
Se o roteiro é bem simples em nos envolver e nos deixar tenso, a parte técnica amplifica ainda mais a experiência sendo no uso do som (aqui mais angustiante na trilha de Marco Beltrami) como na falta dela, tudo é incrivelmente melhorado e auxiliado com excelentes efeitos visuais das criaturas, a direção de Krasinski é magistral! A cena inicial é a prova de como o diretor evoluiu ao construir uma condução que poucos consegue ao utilizar pouquíssimos cortes e uma fluência diegética de elementos que eu batia palma de como me encantava ao assistir. O trabalho de montagem continua primoroso o que ajuda o longa a nunca perder seu ritmo angustiante, até mesmo em momentos de calmaria.
O elenco continua afiadíssimo! Emily Blunt continua cheia de fisicalidade e intensidade para viver uma mãe em meio ao caos, mas os destaques estão nas crianças, principalmente Millicent Simmonds que é o condutor da trama. Seu arco tem rumos bem elaborados e a garota ainda ganha mais tempo também na ação. Cillian Murphy traz uma ótima adição ao elenco.
Um Lugar Silencioso Parte 2 é mais do mesmo sem ser mais do mesmo. Mesmo apresentando os mesmo personagens, regras, ambientes e perigos, não impedem a obra de ter algumas novidades seja em novos personagens, novos locais, novas situações e novos conhecimentos que ajudam a aumentar a nossa perspectiva sobre esse universo de forma bem costurada, sabendo dar importância a todos os seus personagens. É o que eu posso dizer de uma sequencia de respeito, pois dá continuidade sem perder sua essência tensa e aflitiva que estava no primeiro filme e se mantem até o final desse.