Top Gun: Maverick entrega uma das melhores experiências cinematográficas do ano!

Danilo de Oliveira
7 Min de Leitura
Paramount Pictures/Divulgação

Lançado em 1986, Top Gun: Ases Indomáveis não só se tornou a maior bilheteria daquele ano, como se tornou um clássico instantâneo nos anos 80, além de catapultar a carreira de um jovem Tom Cruise.

Agora 36 anos depois, Cruise retorna ao papel que o consagrou em uma sequencia que entrega um blockbuster de qualidade com Top Gun: Maverick, um filme que desde de já é candidato a um dos melhores do ano.

A trama gira em torno de Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise), o herói da aviação americana, que agora trabalha como piloto de testes. Em tempos de drones e aviações controlados por robôs, ele dedica seus dias a provar que o fator humano ainda é fundamental na hora de pilotar um jato. O problema é que ele se envolve em uma confusão com um superior dada sua displicência e acaba sendo mandado para ensinar tudo o que sabe para os pilotos da Top Gun conseguirem resolver uma missão tática praticamente impossível em território de um dos inimigos dos EUA.

Paramount Pictures/Divulgação

Seguindo essa nova linha Hollywoodiana em trazer de volta clássicos que marcaram sua época, aqui, o ator juntamente com o diretor Joseph Kosinski sabe utilizar bem o equilíbrio da nostalgia com a sua história sem ser sua muleta, contrastando bem o passado e o atual e sem muito das convenções padrões do que é feito com as produções desse segmento. A história é cíclica e se mantem em torno de Maverick, seus traumas e suas escolhas e decisões. Essa dualidade entre o antigo e o atual está presente em todo o enredo de Top Gun: Maverick, não de uma forma forçada e sem sentido, mas sim como algo necessário para aprofundar o drama pessoal de Maverick. Pra quem achava que não era possível uma nova história sobre Top Gun, os roteiristas  Ehren KrugerEric Warren Singer e Christopher McQuarrie fazem um trabalho primoroso, e exploraram uma fagulha de justificativa, para desenvolver uma trama simples, que serve de plano de fundo para vermos cenas capazes de arrancar lágrimas de nossos olhos.

Alias, é o conjunto da obra que faz Top Gun: Maverick ser uma joia extremamente bem lapidada no meio de esquecíveis objetos de segunda mão. Diferente do filme de Tony Scott, a sequência consegue entregar uma maior complexidade no desenvolvimento de seus personagens, com destaque para a relação entre Maverick e Rooster, ao mesmo tempo que traz equilíbrio com as intensas e ambiciosas sequências de ação, que são excelentemente executadas.

Paramount Pictures/Divulgação

Ver Maverick em ação não há como não fazer um paralelo com seu interprete. Tom Cruise aos 59 anos continua a se provar em uma Hollywood cheia de novos rostos e CGi do mesmo jeito que Pete sempre tentar ir além dos limites como piloto em uma aviação mais e mais repletas de drones. Cruise está a vontade no papel e por parecer uma extensão dele mesmo, faz tudo parecer natural de uma forma perfeita. Miles Teller como Bradley Bradshaw, o filho de seu falecido melhor amigo Goose, é outro que se encaixa perfeitamente no papel e sua dinâmica com Maverick é um dos maiores destaques da produção. Ainda que isso é um dos maiores pontos do elenco, o restante dele não faz feio e cumpre bem suas funções contendo nomes como John Hamm, Ed Harris, Jennifer Connely e até os novatos como  Monica Barbaro. Há uma participação de Val Kilmer, no papel do Iceman, que emociona, visto também os problemas de saúde do ator na vida real, a produção fez um trabalho honroso nesse sentido.

Como era de se esperar de um filme sobre aeronaves, outro grande destaque de Top Gun: Maverick é, sem dúvidas, as cenas de ação que impressionam pelo realismo nas tomadas aéreas e acrobacias.

Paramount Pictures/Divulgação

Cruise e Kosinski elevam as estruturas e entregam sequencias reais (a produção contou com aeronaves reais fornecidas pela Marinha dos Estados Unidos, além de uma construída especialmente para o filme) que trazem uma sensação de adrenalina e urgência em um grau absurdo, colocando todos nós de certa forma nas cabines ao lado dos pilotos e sentindo as mesmas emoções que eles ao longo do filme. Se possível, veja na maior tela possível, não irá se arrepender!

Alie isso a uma fotografia bem apurada de Claudio Miranda e uma mixagem de som de primeira, e Top Gun: Maverick é um deleite audiovisual! A trilha sonora de Harold Faltermeyer juntamente com Hans Zimmer é sublime em combinar o espetáculo aéreo e a nostalgia, adicione a canção de Lady Gaga e sua “Hold My Hand” que assim como Berlim e sua “Take My Breath Way” do anterior embala perfeitamente a trama aqui e já se coloca como forte candidatada assim como em 86 a ser coroada com o careca dourado.

Sim, Top Gun: Maverick é uma das melhores experiências cinematográficas de 2022. Unindo uma simples mas eficiente história que consegue captar os fãs do original como os entusiastas de um bom filme de ação, o longa é uma das raras exceções que a sequencia supera o original. Tom Cruise mostra assim como Maverick porque é um dos maiorais de Hollywood!

 

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