The Walking Dead | Retorno da série segue o cânone das HQs, mas supreende mesmo assim

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura

Não sou muito de fazer analise de episódios soltos das séries, mas pelo hype que The Walking Dead despertou devo confessar, fiquei sim empolgado em falar algo sobre esse inicio com vocês.

Obs: O texto abaixo contém spoilers!

A espera foi grande durantes os meses. Uma tensão sem fim para saber quem Negan (Jeffrey Dean Morgan) escolheu para morrer. Mas a sétima temporada de The Walking Dead estreou e seguiu em parte do cânone dos quadrinhos, porém, ainda sim conseguiu surpreender.

Tentando aumentar ainda mais a tensão já existente, o roteiro sabiamente decidiu não mostrar a morte logo de cara. Quando a primeira morte ocorre, frustração foi a minha primeira reação. Mais logo em seguida, a brutal morte de Glenn (Steven Yeun) foi chocante, uma escolha certeira na maneira de realmente pegar o público desprevenido. A direção da cena também potencializou seu efeito dramático, posicionando a câmera em contra-plongée (de baixo para cima) afim de mostrar que somos pequenos e fracos perto do vilão. Com muita brutalidade, a sequência vai ficar marcada como uma das mais violentas da série.Outra principal razão disso é o foco se preocupar em mostrar as reações desesperadas dos sobreviventes, dando destaques merecidos a Eugene (Josh McDermitt) e Rosita (Christian Serratos) pela morte de Abraham (Michael Cudlitz), e a Maggie (Lauren Cohan) por Glenn.

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Depois disso, o roteiro seguiu um caminho ainda mais esperado, com o novo vilão praticando seu terrorismo usual e Rick (Andrew Lincoln) e seu grupo vivendo uma impotência sem fim. Porém, as atuações fizeram com que essa trajetória até então esperada tivesse seu brilho. Morgan se provou mais uma vez um excelente ator e uma escolha certeira para viver o personagem. Negan é um personagem tipicamente de quadrinhos, cheio de peripécias e que seria muito fácil se tornar caricato demais na adaptação. Aqui isto não é o caso, e a atuação de Jeffrey Dean Morgan é precisa. O personagem é extremamente sádico, mas não ao ponto de seu cinismo transparecer como um exagero. Essa é uma das características mais importantes para se construir um vilão convincente – alguém que desperte o ódio e ao mesmo tempo seja, dentro do cabível, seja real. Exatamente o que temos aqui.

No fim, o episódio não se trata exatamente das mortes. A questão é a apresentação de uma nova ordem, capitaneada por Negan, e da queda de Rick da posição de líder. As mortes, dolorosas e sentidas, são a forma através da qual a mudança estrutural e o peso do significado destas alterações serão sentidos. Tanto pelo público, que perde dois personagens queridos – um deles que estava presente desde o primeiro episódio; quanto pelos demais sobreviventes que precisam encarar este “Desagradável Mundo Novo”.

Certamente a introdução do novo antagonista e seu intérprete chegaram para revirar toda a estrutura da série que, com sorte, vai seguir com essa qualidade e trazer de volta para si um público que já há algum tempo não tinha o mesmo ânimo com o programa. É esperar para ver.

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