The Acolyte | Nem sempre boas intenções são bem exploradas

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura
2.5 Regular
Critica - The Acolyte

The Acolyte foi anunciado como a primeira produção live-action a abordar a Alta Republica, era até pouco tempo desconhecida a maioria dos fãs da saga que a Disney vêm trazendo através de livros e quadrinhos.

Com um pano de fundo até então nunca explorado na saga do cinema, a ideia era muito interessante, até porque trazendo a criadora e roteirista Leslye Headland (Boneca Russa) e um elenco muito promissor, tudo parecia incrível.

Disney/Reprodução

Porém o resultado de The Acolyte, é uma montanha russa no que desempenha toda a série, trazendo um universo expandido, lutas sensacionais, mas um roteiro que oscila em um ritmo inconstante, que expõe as fragilidades de um projeto que parece pouco pensado para o formato em que foi exibido. É aquele velho ditado: “De boas intenções, o inferno está cheio”

Situada séculos antes dos eventos do Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999), a trama explora o período da Alta República na galáxia, com os Jedi no auge dos poderes como guardiões da paz, e os Sith supostamente extintos há milênios.

Descendente de um clã de poderosas bruxas da Força, a jovem Osha (Amandla Stenberg) se vê no meio de um delicado conflito quando sua gêmea, Mae (também vivida por Stenberg) parte numa onda de assassinatos a mestres Jedi pela galáxia. A investigação traz à tona feridas do passado das irmãs, e abala a crença nos Jedi como sábios arautos da bondade.

Disney/Reprodução

O roteiro montado por Headland é interessante e promissor por trazer a franquia uma estrutura a lá CSI, focando na investigação por trás da morte de Jedi e um possível portador do lado negro da Força surgindo em uma era onde  aparentemente eles estavam extintos. Será um Sith, ou outro portador do lado sombrio? Essas perguntas são bem estabelecidas os primeiros episódios e tomam o interesse do publico.

O problema é que no meio da temporada, todo o roteiro se arrasta, mesmo com uma trama bastante objetiva, tudo aqui começa a ficar inconstante, que parece não se justificar em ser uma série de 8 capítulos. Alguns episódios parecem só ser uma “barriga” para o projeto ter o numero de capítulos exigido pela Disney e isso expõe as fragilidades de um projeto que parece pouco pensado para o formato em que foi exibido. Se fosse um longa de pouco mais de 2 horas de duração, The Acolyte seria muito mais eficiente em sua proposta e possivelmente, ganhado mais adeptos durante sua jornada.

Disney/Reprodução

Mesmo com esse problemas, a série tem ao menos duas coisas que a fazem ganhar pontos positivos: Seu elenco e sua coreografia de luta. A primeira se faz principalmente na figura de Lee Jung-Jae (Round 6), que, com seu Sol, já cavou um lugar no panteão dos grandes mestres Jedi, ao lado de YodaObi-Wan Kenobi e Qui-Gon Jinn.

O ator mostra sua dedicação, ao aprender inglês durante as filmagens e entrega a dualidade e o peso de um homem disposto a fazer o que acredita que é certo, mesmo sem pensar nas consequências.  Carrie-Anne Moss (Matrix), numa participação curta, mas eficaz, e Dafne Keen (Logan), crescida como a padawan alienígena Jecki são outros pontos positivos da produção. A pesar de ser a protagonsita, Amandla Stenberg (Jogos Vorazes) se desdobra em jornada dupla como as gêmeas Osha e Mae, mas o roteiro é injusto em fazer ela passar bem a ideia de heroina e vilã ao mesmo tempo. Ao menos a química dela com um deliciosamente dissimulado Manny Jacinto (The Good Place), como o Qimir é muito bem compensado, principalmente no final.

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O segundo ponto vem pela coreografia das empolgantes batalhas e duelos de sabre de luz espalhados ao longo da temporada. A coreografia lembra os filmes orientais, além de uma brutalidade em certos duelos.

Disney/Reprodução

Pra finalizar, The Acolyte tem boas intenções e até explora novos rumos da saga criada por George Lucas. O problema está nessa boa intenção que não é justificada por seu roteiro e planejamento inconstante. O final abre ótimas possibilidades no futuro dela e da própria franquia. Vamos esperar para que dessa vez o planejamento seja melhor feita.

Critica - The Acolyte
Regular 2.5
Nota Cinesia 2.5 de 5
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