Por anos as adaptações de games sofreram nas mãos dos executivos de Hollywood. Inúmeros projetos como Alone in The Dark, Street Fighter, Tekken entre outros foram completos desastres adaptados para as telonas.
Super Mario Bros de 1993 também foi um desses. A aventura estrelada pelos principais personagens da poderosa Nintendo foi um desastre sem tamanho que afastou a empresa por anos dos cinemas.
Agora depois dos sucessos de Detetive Pikachu e Sonic,a empresa viu o momento de trazer o encanador bigodudo e seu irmão para uma nova aventura nos cinemas. Juntamente com a Illumination (de Minions e outros) e a Universal Pictures Super Mario Bros acerta em ser uma animação que traz características do estúdio responsável e que traz os elementos que fizeram o personagem e a franquia de games amada por mais de 40 anos. Um merecido retorno de Mario aos cinemas do jeito que se deve ser.
Na trama acompanhamos a vida de Mario (Raphael Rossatto) e Luigi (Manolo Rey) que tentam deixar sua marca no mundo e lançam-se como os melhores encanadores da cidade. Todavia, por mais persistentes e hábeis que sejam, as coisas não saem como o planejado e colocam um ponto de interrogação sobre o futuro da dupla na profissão. Isso é, até eles serem arrastados para um universo recheado de criaturas mágicas e perigos inimagináveis e descobrirem que precisam ajudar um ao outro se quiserem voltar para casa – ou se verem novamente.
Quando Luigi vai parar no aterrorizante Reino Sombrio, comandado pelo temível Bowser (Marcio Dondi), cabe a Mario reunir a força e a coragem necessárias para convencer a Princesa Peach (Carina Eiras), do Reino dos Cogumelos, a ajudá-lo a resgatar o irmão. Em troca, Mario irá auxiliá-la na luta contra Bowser em seus asseclas, protegendo os reinos da total destruição.
O roteiro assinado por Matthew Fogel (de Minions 2: A Origem de Gru) é eficaz em inserir os fãs de anos dos games assim como os não- iniciados e principalmente a criançada. A premissa assim como os games é simples e nem precisa reinventar a roda e auxiliada pela maneira Illumination de fazer animação a aventura é saborosa de se assistir.
Sabendo se aproveitar dos elementos que fizeram a franquia dos games popular os realizadores inserem um número incrível de referências tanto dos games quanto da própria Nintendo. Pra o fã é um deleite sem igual assistir esses personagens e seu universo transportados com tamanho cuidado e carinho. E o melhor essa infinidade de easter eggs não interfere em nada a narrativa pra quem nem ao menos tocou em um controle de Super Nintendo na vida.
Em termos técnicos, a animação de Super Mario Bros: O Filme é impecável. O visual belíssimo dos cenários, a escolha dos ângulos de câmera – que em muitos momentos propositalmente fazem parecer que estamos diante de um jogo – e os cortes acelerados nas cenas de combate dialogam muito bem com o público. Aliás é bom ressaltar a evolução que o estúdio apresentou aqui! As texturas e cores estão de impressionar e até as mesclas de animação 3d e 2d (quando um personagem joga um game durante o filme) é muito boa.
Outro aspecto a ser mencionado é a trilha sonora assinada por Brian Tyler e Koji Kondo. Kondo é o artista que criou a música original dos jogos e, aliando-se a Tyler, o escopo computadorizado transforma-se em uma aventura orquestral que faz ótimo uso de elementos clássicos e contemporâneos, afastando-se da comum cisão entre as duas vertentes para consagrar-se em algo inesperado, tocante e de apalusos. E preciso comentar a aparição de canções como “Holding Out for a Hero”, de Bonnie Tyler, e de “Take on Me”, da banda a-ha, como as cerejas do bolo.
Super Mario Bros: O Filme é aquele filme que faz o fã de anos sorrir de orelha a orelha após a sessão. Divertido, colorido e gostoso de se assistir é o programa perfeito para toda a família e um verdadeiro presente para os fãs dos games.
Obs: não deixe a sala até o fim dos créditos pois há duas cenas ( a segunda é pra deixar o fã ainda mais ansioso pela sequência).