Billy Baston e cia estão de volta! Depois de um divertido e despretensioso longa, o heroi Shazam! retorna com a mesma carisma em sua sequencia que estreia nesta quinta-feira nos cinemas do Brasil (16).
Em meio há um caos que está a DC nos ultimos anos e agora com o anuncio da sua reformulação com James Gunn no comando que meio que fizeram por minar o interesse do publico do novo filme, principalmente pela incerteza de sua continuação no novo DCU, o longa, sim merece mais uma chance de ser visto, afinal mesmo que jogue no seguro, o filme mostra que é uma autêntica e nostalgica aventura que nos remete aos filmes de uma era inicial das adaptações de quadrinhos, focada em seus personagens e dilemas e menos em universos grandiosos e compartilhados.
Fúria dos Deuses nos traz de volta à residência de Rosa e Victor (Marta Milans e Cooper Andrews), os pais adotivos de Billy, Freddy Freeman (Adam Brody como herói, Jack Dylan Grazer como jovem), Darla Dudley (Meagan Good como heroína, Faithe Herman como jovem), Pedro Peña (D.J. Cotrona como herói, Jovan Armand como jovem), Mary Bromfield (Grace Fulton em ambas as versões) e Eugene Choi (Ross Butler como herói, Ian Chen como jovem).
Os seis são a “Família Shazam” há dois anos, e apesar de conseguirem um certo sucesso nas missões, a cidade de Philadelphia os trata feito perdedores, e parte disso é pela incapacidade de seus membros de trabalhar em equipe. Por mais que Billy tente mantê-los juntos, como explica na sua primeira aparição em cena, cada um tem seu interesse, e no caso de Mary, isso inclui deixar a casa e viver o início da vida adulta em uma faculdade.
Mesmo os mais novos, incluindo seu melhor amigo Freddy, têm menos vontade de ser uma equipe do que de paquerar meninas e testar seus próprios poderes. Para Billy, porém, isso traz à tona as preocupações antigas. Ele, afinal, foi abandonado pelos pais biológicos e pelo sistema adotivo dos Estados Unidos, e a ideia de ser afastado da família que encontrou lhe assusta ao ponto de transformá-lo num controlador. Não é a situação ideal para o grupo, especialmente quando as filhas de Atlas entram em cena para roubar os poderes de deuses que Shazam e seus parceiros usam.
Héspera (Helen Mirren), Calypso (Lucy Liu) e Anthea (Rachel Zegler) são, também, uma família. Apesar de estarem em conflito com os Shazams, seus problemas muitas vezes são semelhantes, e os melhores momentos do filme vêm quando Sandberg encontra maneiras divertidas de gerar essa dinâmica.
Shazam 2 honestamente joga no conceito do “menos é mais” seguindo os mesmos passos que o primeiro longa,e apostando na simplicidade e charme de seus personagens. Tais dinâmicas, claro, não passam de um bom feijão com arroz, mas Sandberg trabalha bem dentro desse escopo. É fato dizer que o roteiro de Shazam é o mais proximo da tal “formula” da concorrência, principalmente a dos anos iniciais, onde o coração e o humor são aliados para dosar ideias mais mirabolantes dos quadrinhos, juntamente com doses de ação tiradas das melhores paginas.
Zachary Levi continua na boa dosagem de criança na pele de um adulto, mas abre espaço também para um drama maior sobre suas inseguranças e respostas aos traumas do primeiro filme. Angel faz um bom outro lado da moeda. O ator jovem não recebe tantas chances aqui como no primeiro Shazam, mas assim como boa parte do elenco secundário, as aproveita de forma carismática. Dylan Glazer, Fulton e Herman são os grandes destaques dos coadjuvantes. Já na alas das vilãs Helen Mirren traz uma imponência a sua Hespera, mas por parte da atriz do que o papel realmente. Lucy Liu traz um ar sombrio em sua Calypso, enquanto Rachel Zegler é a balança mediadora das 3. A conexão entre o trio em alguns momentos parece ate´lembrar Abracadabra (principalmente o segundo) da Disney.
Como eu disse acima, o filme traz boas sequencias de ação, mas nada do que o cinema de quadrinho já fez em outras vezes. O terceiro ato é aquela tipica batalha intensa e carregada de CGi mas que ao menos ele não atrapalha em nada. Mesmo com duas e dez minutos, o ritmo do longa é muito parecido com o anterior e flue muito bem, até porque os longas são bem parecidos em estrutura, o que vai agradar quem curtiu o original, mas destestar quem não foi lá com sua cara.
Pra finalizar, Shazam 2: Furia dos Deuses é uma aventura com saldo positivo. Ele não reiventa a roda e nem ousa em suas estruturas, e por isso não agrade aquele publico mais saturado com produções de quadrinhos, mas ele é honesto, divertido e com bastante coração.
Obs: Fiquem até o final dos créditos, pois há duas cenas neles!