Dona de trabalhos marcantes como a franquia Shrek, Como Treinar Seu Dragão e outras a Dreamworks, também resolveu apostar em novas estéticas de animação, pegando a virada de chave que Homem-Aranha no Aranhaverso deu no meio.
Gato de Botas 2 surpreendeu e além de uma animação esteticamente belíssima, trazia uma história com muita qualidade e reflexões importante, que fez até a poderosa Disney comer poeira. Essa aposta em novos estilos animados nos entrega Robô Selvagem, adaptação do livro homônimo de Peter Brown, a melhor animação do ano até agora!
A trama conta a história de Roz, uma robô que acorda em uma terra desabitada e passa a enfrentar os perigos e viver na dinâmica que a natureza impõe. Vivida por Lupita Nyong’o, Roz é programada para servir e fazer aquilo que os humanos exigem dela. Ela precisa então se adaptar ao ambiente selvagem e, a partir daí, sobreviver por lá. É então que, após um acidentalmente destruir um ninho, ela adota Brightbill (Kit Connor), um filhote de ganso.
Roz cria Bill, mas ela não é a mãe dele ou quem deveria ensiná-lo seus três “princípios básicos”: se alimentar, nadar e voar. Da mesma forma, ela ainda é vista como um monstro pelos animais, que não a querem por perto. Aliada com a raposa Fink (outro animal que ninguém confia), interpretado por Pedro Pascal, eles passam a viver como uma família disfuncional que tenta a todo custo criar Bill para ser um ganso de verdade, que pode migrar no inverno e não morrer ali.
A simplicidade do roteiro traz consigo ótimas reflexões sobre maternidade, pertencimento, gentileza e a própria natureza, como as vezes devemos ser além da nossa programação. O lado familiar e a relação dos três é a grande joia e o coração do longa, que vai construindo de forma ágil e mesmo que de forma bem simples, sem infantilidades essa história de companheirismo.
Visualmente, o filme é um deslumbre à parte. Em um trabalho muito parecido com o de Gato de Botas 2, Robô Selvagem brinca com a paleta de cores e cria texturas com imagens que em alguns momentos parecem aquarela, em outros um rastro de pincel e até traços de caneta em uma impressionante mescla de animação 3D com 2D. Folhas, árvores, água, fogo, neve… são tantos elementos para dar vida ao mundo de Roz e Bill, que é um deleite ver isso em tela grande.
O trabalho de dublagem é excelente e ainda conta com Catherine O’Hara, Mark Hamill, Ving Rhames, Bill Nighy e Stephanie Hsu. A dublagem nacional também não deixa a peteca cair, e traz ótimos nomes como Rodrigo Lombardi e Gabriel Leone junto de outros grandes dubladores do meio.
Robô Selvagem encanta com uma belíssima animação e ótimas mensagens tanto para os pequeninos quanto para os adultos, sendo até aqui o melhor longa do gênero em 2024. Divertida Mente 2 encontrou um oponente de peso para o Oscar de Melhor Animação.
