Resenha – Orgulho e Preconceito e Zumbis

João Fagundes
3 Min de Leitura

O que Jane Austen  diria ao ver sua obra sendo corrompida por uma praga? A releitura de Seth Grahame-Smith já recebeu todo tipo de comentário, até porque existe uma linha tênue entre as ideias geniais e as ideias loucas, sendo que esse livro passou pelas duas. Esse livro, ao meu ver, é a versão ampliada e de “cenas inéditas” que a autora britânica jamais ousaria publicar em 1813. Eram outros tempos, e logicamente eram apreciadas outras literaturas.

“Orgulho e Preconceito e Zumbis” tem sua forma de criticar as possibilidades de ascensão social da época, onde uma mulher deveria se casar com um homem rico, em prol de sua família, e não visando o seu caráter ou demais qualidades. Junto a isso, a Inglaterra vive uma fase de terror, onde as crias de satã dividem a terra com a população. Por sorte a família Bennet tem 5 filhas treinadas para o combate, onde Elizabeth é a mais temperamental, tendo em vista que já estão lhe arranjando um pretendente.

Essa edição trouxe várias impressões que poderão ser vistas em forma de questionário nas últimas páginas do livro, é um “Guia de discussão para o leitor” contendo 10 perguntas. A mais interessante compara os zumbis e os casamentos, já que existe uma “mudança drástica” no percurso. Todas são bem humoradas, de modo que o leitor poderá se divertir até mesmo pensando em uma resposta.

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Acrescentando os “não mencionáveis” (zumbis), ninjas, um dojo para treinamento das damas com suas katanas, pondo em prática o que aprenderam com os monges da Montanha do Dragão, sem falar no aumento do drama que faz a história se tornar repleta de momentos tragicômicos. Por fim, é um dos mashups literários que mais fez sentido em ser realizado.

Com diversas ilustrações em algumas páginas, a edição é uma forma de incentivar a leitura de clássicos literários, uma vez que dificilmente algum jovem irá deliberadamente pegar um livro de Jane Austen e ler, esperando que seja sua obra favorita. É tão dinâmico em suas cenas de combate e aflitivo nos momentos em que lemos as cartas que acabam de chegar, sem dúvida é um bom livro para rir e refletir.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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