Max é um livro de 2016 escrito por Sarah Cohen-Scali e cujo enredo se passa durante a segunda guerra mundial, centrndo-se no primeiríssimo fruto do projeto nazista Lebensborn (“Fonte da Vida” numa tradução literal), onde seres humanos são construídos desde a fecundação para integrar uma sociedade ariana perfeita.
Não sei se já citei aqui no blog antes, e se já citei vou citar de novo: eu amo história. Volta e outra me vejo procurando fatos históricos interessantes ou livros que se passem em momentos interessantes, principalmente durante a ascensão do Nazismo e durante o Holocausto. Os livros desse período me tocam com um pouco mais de profundidade que os outros, e este é um deles.
Konrad (anteriormente chamado de Max) não tem mãe, pai ou irmãos. Tecnicamente, também não tem nenhuma ligação emocional com ninguém e aprende desde sempre que possui privilégios que ninguém possui graças a qualidades suas que fogem de seu controle: Ele nasceu em 20 de Abril de 1936, no exato aniversário de 47 anos de Adolf Hitler, foi batizado pelo Führer em pessoa e é o exemplo mais perfeito possível da raça ariana. Por boa parte do livro ele é uma criança solitária e sem laços emocionais, até a chegada do judeu polonês (de aparência ariana) Lukas, em quem encontra um irmão de uma forma muito pouco convencional.
Embora bastante convincente e posicionado numa situação real, a obra de Sarah Cohen-Scali é completamente ficcional. Konrad não existiu, mas é um resumo do projeto que citei anteriormente. Lukas não foi uma pessoa real, mas é um exemplo do que os nazistas fizeram a jovens que se encaixavam fisicamente nos padrões físicos arianos.
Sarah Cohen-Scali não tem vergonha de usar certas palavras na narrativa, mesmo ela sendo feita pela mente de uma criança, nos dá uma visão bem realista do que se passa na mente de alguém naquele tipo de ambiente e toca profundamente qualquer um que esteja lendo e tenha pelo menos um pouquinho de sentimentos. É o tipo de livro que pode ser lido por qualquer pessoa e ainda assim será considerado bom.
No Brasil, Max foi traduzido por Rosane Albert e é distribuído pela Editora Jangada.