A pedido dos fãs da trilogia “Cinquenta Tons de Cinza”, a autora E.L. James tomou a decisão de lançar mais um livro da série , desta vez, com a narrativa baseada pela visão do insaciável e selvagem (sexualmente falando) Christian Grey.
Particularmente, achei Cinquenta Tons de Cinza um livro interessante ,até divertido mas mal escrito e com vários erros de desenvolvimentos, por causa do conteúdo sexual presente em todo o livro. Tentei ler Cinquenta Tons Mais Escuros e Cinquenta Tons da Liberdade, mas não melhorou muito minha opinião sobre a serie ao todo.
Bem por que ler Grey?Christian Grey é de longe o personagem mais bem desenvolvido dos livros de E.L. James. Mesmo em alguns momentos os detalhes do personagem serem um pouco ultrapassados da realidade, ele segue uma perfeição de detalhes e de qualidade muito boa, sendo um dos poucos pontos positivos de Cinquenta Tons de Cinza, e apostei neste livro como um novo ponto de vista da história.
Como o próprio nome brasileiro diz, Grey conta a historia do primeiro livro, Cinquenta Tons de Cinza, pelos olhos de Christian Grey. A obra original é narrada pelo ponto de vista de Anastasia, e sempre disse que acharia melhor se os livros fossem escritos em terceira pessoa. A visão da história seria mais ampla, os personagens seriam melhores desenvolvidos e novos arcos poderiam ser abertos nos livros, mas não foi isso que aconteceu.
Visto que a decisão desse livro foi mais mercadologica ainda sim o livro tem seus pontos positivos.
O olhar de Christian na história deixa tudo mais interessante. Por ser um personagem bem construído, ele tem uma opinião bem clara e sincera a respeito de tudo, menos do amor. Anastasia é uma personagem dividida e insegura, e acaba deixando isso tomar conta de todo o livro, e o livro vai perdendo um pouco o ritmo. Vejo que, se Cinquenta Tons de Cinza tivesse as duas perspectivas de vista, tudo seria diferente, e até os críticos poderiam gostar mais do livro.
Grey tem cerca de 100 paginas a mais do que Cinquenta Tons de Cinza e é impossível ver alguma diferença.Eu me senti lendo exatamente o mesmo livro, onde ela trocou os pronomes “ele” por “eu”.
A questão é que eu esperava mais de Grey – não apenas do livro, mas do personagem – mais da sua vida pré-Anastasia, mais da sua infância conturbada, mais da sua luta para se encaixar numa sociedade em que não se sentia merecedor, mais da conquista do seu império. Mas tivemos que nos contentar com os mesmos momentos do primeiro livro da série (Cinquenta Tons de Cinza.)
Grey faz tudo que Cinquenta Tons de Cinza não conseguiu fazer. Trás uma construção bem legal dos personagens, ajuda no desenvolvimento da história e mostra outra perspectiva de vista de uma história que seria muito melhor se fosse bem contada em terceira pessoa no livro só. Embora a leitura seja rasa, ela acerta em seu objetivo: entreter o leitor e levar um pouquinho mais de Christian Grey para casa de cada leitora apaixonada! Agora é esperar pra ver se os outros livros ganharão tambem pontos de vista do Sr.Grey!
Resenha feita por Barbara Costa