Repaginado, ‘Jumanji’ retorna com muito humor mas sem nostalgia

João Fagundes
5 Min de Leitura

Após tanta expectativa finalmente encontramos a aguardada sequência de “Jumanji”, filme de 1995 que foi baseado em um livro homônimo de 1982. A obra que contou com Robin Williams no elenco dividiu opiniões na época e agora ganha uma nova oportunidade. Dirigido por Jake Kasdan (“Professora Sem Classe”) e com um elenco bastante cômico, veremos a selva ganhando os consoles, diferente do que estávamos acostumados com o jogo de tabuleiro. Prepare seu joystick! “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” estreia 4 de Janeiro nos cinemas.

O novo filme busca dar sequência ao clássico, e por isso já se inicia em 1996, um ano após os acontecimentos do primeiro longa. O jogo de tabuleiro que tanto tememos chega a uma geração que caçoa de tais joguinhos enquanto preferem os videogames e seus gráficos inovadores, e é claro que ele precisa mudar. 20 anos depois e as coisas continuam as mesmas, pois os jovens continuam jogando em seus consoles Playstation 4. Nosso herói da vez é Spencer (Alex Wolff de “Cidades de Papel”), um estudante inteligente que busca amizades mas acha que precisa fazer o dever de casa de um colega para conseguir isso. A dificuldade é vista por todos de forma cômica, o que não acrescenta nada de novo.

A partir do ambiente escolar encontraremos os demais personagens, como o jogador de futebol americano Fridge (Ser’Darius Blain) que só quer boas notas para se manter no time da escola, a jovem egocêntrica e perdida em likes de instagram Bethany (Madison Iseman) e por fim Martha (Morgan Turner), a nerd crítica que as vezes fala demais. Mesmo sem muitas apresentações o filme já nos leva para uma mudança significativa, em que os quatro jovens começam a jogar um Nintendo antigo até serem sugados para dentro do game, o que antes era o jogo que ganhava vida ao sair do tabuleiro para o mundo real.

Essa ideia permitiu que a franquia fosse revivida ao mesmo tempo que atrai os fãs do longa de 1995, já que nostalgia vende. Uma vez dentro do jogo, só poderão sair após “zerar”, ou nesse caso, nossos heróis precisam salvar Jumanji de um terrível destino… mas eles não são mais os mesmos! Spencer agora é o Dr. Smolder Bravestone (Dwayne Johnson), o atleta Fridge se tornou o zoólogo Moose Finbar (Kevin Hart), a convencida Bethany é o Prof. Shelly Oberon (Jack Black), e nossa nerd Martha se transformou na belíssima Ruby Roundhouse (Karen Gillian). A aposta de usar personagens diferentes de seus players sempre dá certo, o que garantirá muitos momentos hilários e até mesmo de surpresa.

O cenário, caracterização e efeitos são maravilhosos e logo teremos facilidade em associar cada personagem com seu jogador e nem mesmo as regras do jogo serão complicadas. Tudo muito simples quando se trata de um roteiro fraco que nem usa a nostalgia de fato. Nem o suspense é aproveitado com tanto êxito, ficando com Nick Jonas a maior carga emotiva. Como todo jogo tem um vilão, o filme não poderia perder a oportunidade de trazer o temido Van Pelt (Bobby Cannavale) que agora controla Jumanji com seu plano ambicioso. Tanta promessa para uma decepcionante performance, o que nos faz lembrar que esse é um filme infantil? Nem mesmo isso para justificar a falta de profundidade do inimigo.

Jumanji está de volta, trazendo ótimos motivos para rir e apresentando uma lição simples, “a união faz a força”. A trilha sonora nos relembra um pouco do primeiro filme (nostalgia mínima), com os temidos tambores anunciando algum desafio, e como muitos devem suspeitar a música “Welcome to the Jungle” da banda Guns N’ Roses estará presente nos créditos. Após quase duas horas de filme não haverá cenas pós-créditos, e se depender dos espectadores não haverá mais continuações. Pensando nisso é fácil lembrar que desde 1995 Jumanji trouxe algo que se aplica em nossas vidas: cuidado com o que deseja.

MELHOR CORRER!

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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