Drácula é o personagem da cultura pop com mais interpretação da história! O personagem já foi encarnado por várias figuras do cinema como Bela Lugosi, Christopher Lee, Gary Goldman, Leslie Nielsen entre outros e agora é interpretado por Nicolas Cage, um ator que apesar de uma carreira com filmes dramáticos como Arizona Nunca Mais (1987), Coração Selvagem (1990) e Despedida em Las Vegas (1995), esse último se rendeu um Oscar, atualmente chutou o balde e decidiu fazer o que lhe dê na telha sem se importar com as críticas.
Em Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, Cage está a vontade para se divertir no papel e com isso nos divertir nessa comédia de horror onde seu xará Nicolas Hoult vive um empregado entediado com seu chefe tóxico.
O filme conta a história de Renfield (Nicholas Hoult), o leal capanga do temido Conde Drácula (Nicolas Cage). Renfield se dedica totalmente a servir o Conde e obedece prontamente todas as suas ordens, incluindo encontrar as presas perfeitas para que o vampiro possa continuar vivendo por toda a eternidade. Porém, após tantos séculos de servidão, Renfield finalmente tem um momento de lucidez e decide que quer deixar seu posto para começar uma nova vida longe do “chefe” – vontade que se intensifica ainda mais quando ele acaba se esbarrando na policial Rebecca Quincy (a sempre divertida Awkwafina) que deseja acabar com a corrupção de sua cidade.
O roteiro do filme acerta muito em mostrar como surgiu a dinâmica entre os personagens centrais vividos por Nicolas Cage e Nicholas Hoult e acerta mais ainda em destacar como essa relação é tóxica. E tudo só é possível por causa do ótimo trabalho da dupla! Hoult nos passa toda a angústia de um personagem que está preso em uma relação, querendo realizar coisas, ser auto suficiente, mas que não tem voz por uma pessoa que se diz o único “amigo” mas que no fundo é egocêntrico e controlador. Já Cage é outro ponto alto por está a vontade no papel do Drácula, repleto de caras e bocas. Os monólogos da dupla são o puro suco da diversão.
Unindo isso bem está também suas cenas de ação e “terror” (com aspas enormes), que de forma competente , eleva absurdamente a violência a cada sequência de ação. Haja gore com cabeças voando, braços decepados, tripas à mostra, corpos espatifados e mais. Tudo isso com jatos de sangue falso que pra quem saiu de uma sessão do recente A Morte do Demônio: A Ascensão ficará satisfeito.
Aliás a maquiagem do longa é de encher os olhos! As cenas onde o Drácula está definhando é de um grotesco incrível. A fotografia e design de produção que referenciar a obra de Bela Lugosi é perspicaz em fazer sintonia com a figura do personagem com o conto original de Bram Stoker.
Se por esse lado o longa é eficaz por não se levar a sério, sua trama policial sem pé nem cabeça, acaba por não ter a mesma consistência descompromissada como o restante.
Pra finalizar, Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, diverte de forma descompromissada com sangue, gore e um Nicolas Cage a vontade como Drácula.