Baseada na HQ homônima da DC/Vertigo, Rainhas do Crime, traz o poder feminino a frente em uma época de desafios pra elas e com isso trabalha temas bem atuais vivido por elas de forma bem trabalhada pela escritora e roteirista Andrea Berloff (indicada ao Oscar por Straight Outta Compton) estreante na cadeira de direção.
Na trama, ambientada no bairro de Hell’s Kitchen, Nova York, no ano de 1978, apresenta três esposas de mafiosos( Melissa McCarthy, Tiffany Haddish e Elisabeth Moss) que lutam para sobreviver após os maridos serem presos e a máfia não ajudá-las a pagar as contas. Elas logo percebem que podem assumir o comando da máfia irlandesa, provando que são capazes de tudo, desde planejar um crime organizado até tirar toda competição do mapa.
A premissa pode até lembrar As Viúvas pelo inicio, mas é só ai, já que as 3 vão ascendendo na mafia e se tornando simplesmente “chefe de milicia”, ao confrontar o chefe local, agindo por conta própria e ganhando o respeito da comunidade local.
O longa faz uma reconstrução impressionante de Manhattan de 1978. As ruas com lixo por toda parte, os vagões de metrô repletos de graffiti, o neon da Times Square. A cidade dividida em tribos e áreas de influência dos criminosos, mulheres não encontram emprego simplesmente por serem mães e cantadas agressivas na rua são padrão. Além disso, fica claro que Nova York estava à beira da mudança econômica que alterou as coisas na década de 1980 e 90.
Apesar do primeiro ato um tanto que corrido, já que o filme vai direito ao ponto em mostrar a ascensão e como a eficiência das 3 nos negócios se faz, o destaque aqui vai para os temas vivido por cada protagonista. Aqui temos relacionamentos abusivos, preconceito familiar e conservadorismo machista como principais deles, sendo um dos fios condutores para o desenvolvimento de cada uma na trama.
Melissa McCarthy que é muito conhecida nas comédias pastelões aqui mais uma vez se reforça seu talento dramático em ser uma dona de casa e chefe de mafia que sabe rever as consequências que cada ação vai leva-lá. Tiffany Haddish também está muito bem em uma mulher de olhar e atitude que impactam e intimidam. Apesar do filme em alguns momentos parecer fazer disso uma imagem negativa, é totalmente compreensível o que sua personagem tem a usar tais atitudes. Elisabeth Moss completa o trio como uma mulher fragil que sofre com isso e passando todo seu arco uma mudança radical em seu jeito. Alias, Moss tem uma cara perfeita pra esses tipos de papel rsrsrs. O elenco de apoio tem Commom,Domhnall Gleeson, James Badge Dale, todos somente operante sem nada em especial.
Rainhas do Crime é o filme de “Gangster” que representa o poder feminino em frente a uma época repleta de preconceitos a elas. Apesar de utilizar o mesmo estilo desses estilos de filme,a diretora sabe explorar bem seus temas sem parecer superficial como a maioria que muitos o fazem em Hollywood, fazendo dele uma obra bastante autoral do material vindo dos quadrinhos de selo adulto da DC/Warner.