Após muitas decisões sérias no segundo capítulo da série “A Sombra do Corvo” de Anthony Ryan, tudo nos leva para o último volume, “A Rainha do Fogo”. Na emocionante conclusão da saga best-seller do The New York Times. Vaelin Al Sorna precisa ajudar a Rainha Lyrna a retomar o Reino Unificado e defendê-la de uma nova ameaça, tendo em vista que a Revolta do Usurpador foi só o início, e existe algo a espreita, com poderes tão sombrios quanto os piores pesadelos do herói.
“O Aliado está lá, mas sempre como uma sombra, uma catástrofe inexplicada ou um assassinato cometido por ordem de um espírito sombrio e vingativo. Separar verdade de mito costuma ser uma tarefa infrutífera.”
Depois de escapar da morte por um fio, a Rainha Lyrna está determinada a expulsar os invasores volarianos e retomar o controle do Reino Unificado. Mas, para isso, ela precisará fazer mais do que reunir seguidores leais: deverá se juntar às forças que, no passado, as considerou repugnantes – pessoas com os estranhos e variados dons das Trevas – e levar a guerra para o território inimigo. A vitória está nas mãos de Vaelin Al Sorna, agora nomeado Senhor da Batalha. Seu caminho, no entanto, não será nada fácil, pois o Império Volariano possui uma nova arma: o misterioso Aliado, capaz de estender a vida de seus servos. Como Vaelin poderá matar o que não pode ser morto, agora que sua canção do sangue, o poder que o tornou um feroz guerreiro, ficou subitamente emudecida?
Muito foi feito para fazer deste um final épico e digno de seu início. Afinal, teria razão para dar seguimento a trilogia após esse lançamento? Não. Existe aqui uma forma encantadoramente atraente para os fãs, inclusive os que se decepcionaram com o livro 2 “O Senhor da Torre”, já que havia mais para ser desenvolvido nessa conclusão. O efeito positivo nos anima a ler com atenção cada um dos momentos, que de fato são ricos em detalhes, uma marca registrada do autor escocês. Não é uma obra com apelo no fan service, por sorte, já existe uma coerência de suas intenções imprevisíveis e até mesmo as poucas previsíveis que encontraremos. Para quem costuma se perder, no final do livro temos o “Dramatis Personae” que apresenta quem é cada personagem e cada situação em que eles se encontram.
Como um todo, as batalhas são empolgantes, e seus acontecimentos em campo são justificáveis a ponto de não perder o aperto no coração em alguns momentos. Assim como Robert Jordan (“A Roda do Tempo”) e George R.R. Martin (“As Crônicas de Gelo e Fogo”), Anthony Ryan consegue criar o elo entre o leitor e seus personagens, sendo impossível se desligar deles ainda que estejamos lendo o capítulo de outro personagem. Outra melhora é ver um vilão ainda mais ameaçador para quem possamos torcer mentalmente por seu triunfo. Como matar um exército que agora não poderá ser morto? A Rainha Lyrna está ainda mais interessante, e seu papel é ainda mais intenso e nem um pouco apelativo.
Ryan estará gravado por essa trilogia, sem dúvida torceremos por seu sucesso em seus próximos livros. Não é de se espantar que ele já tenha outros do gênero épico, afinal, o autor nos faz ler constantemente tantas páginas sem se cansar, mas perdendo noção do tempo investido. Atualmente escreveu sobre a saga de dragões “Draconis Memoria”: seu primeiro volume é o “The Waking Fire” (2016) e sua continuação “The Legion Of Flame” (2017), ainda sem previsão de lançamento no Brasil. Como coleção a editora LeYa fez um ótimo trabalho em criar capas originais para o lançamento de 2017 e assim haver um padrão tão desejado pelos colecionadores.