Punho de Ferro | Segunda temporada é uma redenção para o personagem

Victor Fonseca
4 Min de Leitura

A nova temporada de Punho de Ferro (Iron Fist) estreou na Netflix na primeira semana deste mês, surpreendendo a todos que acompanharam o herói desde a sua primeira aparição no serviço de streaming.

Uma outra série. Essa é uma ótima forma de descrever a nova fase do Punho. Parece que, após a enxurrada de críticas sobre a péssima primeira temporada, e o lançamento de Defensores, a Marvel e Netflix resolveram fazer algumas mudanças.

Com 3 episódios a menos, a narrativa se desenvolve melhor e com mais clareza, sem perdas para os personagens, que acabam sendo representados de uma forma mais dinâmica e menos clichê (se comparados à primeira temporada). Um trabalho de roteiro mais elaborado se reflete de forma muito clara no resultado final, e não apenas isto, a equipe foi capaz de compreender que, além do roteiro e das atuações, era preciso melhorar desde as coreografias de lutas, até o processo de edição e montagem da série.

Parece que desta vez o trabalho de casa foi feito. Adeus aos flashbacks bizarros e extremamente mal feitos, à falta de representação da tão falada K’un L’un, à ausência de clareza e profundidade nas motivações dos personagens e ao extremamente orgulhoso e presunçoso Daniel Rand (Finn Jones).

É preciso assumir que trama não se apresenta como algo completamente novo e extraordinário, mas consegue se redimir em relação ao seu último resultado, cumprindo o que foi capaz de propor a fazer dentro do seu universo, conseguindo usar de forma mais inteligente o background do herói nos quadrinhos.

Podemos ver uma evolução do Danny Rand, de menino mimado e descontrolado, que nem de longe parecia ter sido capaz de controlar seu chi e derrotar Shou-Lao, à uma pessoa mais cautelosa, tentando conciliar sua vida pessoal com a promessa que fez a Matt Murdock de manter a cidade de Nova York segura.

Danny finalmente aprende que precisa pensar e agir com mais clareza, principalmente agora que deve confrontar uma figura do seu passado, Davos, seu irmão em K’un L’un, que o enfrentou na disputa para se tornar o imortal Punho de Ferro e retorna para tomar o que acreditar ser dele por direito.

Collen Wing (Jessica Henwick), por outro lado, decide deixar de lado suas ações de vigilante e passa a trabalhar em serviços comunitários, mas ao longo da temporada descobrimos dados importantes sobre seu passado, informações que são cruciais para o futuro na série.

Colleen e Danny, devem lutar contra ameaças que desejam roubar o poder do Punho de Ferro, enfrentando as consequências de confiarem nas pessoas erradas. Para isso os heróis contam com a ajuda de Misty Knight (Simone Missick) e Ward Meachum (Tom Pelphrey), que tenta mudar sua vida corrigendo muitos dos seus hábitos, um constante esforço, nem sempre bem sucedido, de parecer um personagem menos antipático e mais carismático.

Punho de Ferro foca mais em seu próprio universo e consegue ser mais coerente na sua segunda fase, diferente dos últimos lançamentos do universo Marvel na Netflix (Jessica Jones e Luke Cage). A série segue aprendendo com seus erros e tenta trilhar um caminho menos confuso, mas que continue explorando os diversos aspectos dos seus personagens nos quadrinhos.

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Estudante de Jornalismo, mas formado em medicina após 14 temporadas de Grey's Anatomy. Viciado em séries e amante do cinema.
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