O diretor alemão, Marc Forster tem uma trajetória inconstante. Dirigiu A Última Ceia (que rendeu um Oscar a Halle Berry) e Em Busca da Terra do Nunca, filmes mais intimistas que foram bem recebidos pela critica. Em seguida, o diretor comandou superproduções como 007 – Quantum of Solace e Guerra Mundial Z, mas não conseguiu entregar a mesma qualidade dos trabalhos anteriores.
Agora, com Por Trás dos Seus Olhos, o diretor volta ao seu trabalho mais intimista, mas peca ao impor suas particularidades visuais exageradas e, assim, entregando um filme de quase duas horas de duração que nada, absolutamente nada, acontece.
Uma mistura de thriller e drama, Por Trás de Seus Olhos, conta a história de Gina (Blake Lively), uma mulher que fica cega após um acidente sofrido quando ainda era criança. A moça é casada há um tempo com James (Jason Clarke), e os dois vivem em Bangkok. Quando Gina tem a oportunidade de fazer um transplante de córnea e recupera sua visão, sua vida e seu relacionamento são transformados. Ela agora vê o mundo com um novo senso de admiração e independência que aparenta ser uma ameaça para James.
As coisas vão acontecendo de forma gradativa e sem pressa. Isso é bom no inicio. Vai dando espaço para entendermos como a relação entre Gina e James funciona, além de nos deixar alerta já que sabemos que algo vai acontecer, mas não sabemos quando.
O grande problema é quando já se passaram mais de uma hora sem que absolutamente nada tivesse acontecido. O filme é um compilado de vários nadas que só fica interessante nos 30 minutos de filmes, mas mesmo assim, mal dirigido.
Outra coisa que incomoda são os truques imagéticos que Forster insere, de forma exagerada, que nos bota na posição da protagonista. No inicio é realmente muito interessante e um tanto claustrofóbico, mas o seu uso exagerado perde a graça e tira o espectador da imersão narrativa.
A premissa da história é muito boa. Um casal que sofre as consequências da mulher voltar a enxergar. Quando ela começa a despertar para o mundo, isso causa um incômodo no marido, que exercia um certo “controle” sobre ela. Entre tanto é mal dirigido e peca por não saber dosar suas escolhas artísticas: excesso de artifícios visuais e falta de historia pra contar.
https://www.youtube.com/watch?v=fXCR8FovC2g