Adaptado do aclamado romance de Claire Keegan, Pequenas Coisas Como Estas, traz Cillian Murphy após sua vitória no Oscar por Oppenheimer em um drama mais intimistas que mergulha em temas profundos de culpa, compaixão e verdades ocultas, trazendo um olhar sensível sobre os acontecimentos que cercam a Igreja Católica da Irlanda durante décadas.
No filme, Murphy é Bill Furlong, um modesto vendedor de carvão que habita uma pequena e católica cidade irlandesa. A história, ambientada em meio à década de 1980, se movimenta quando Bill encontra uma mulher aprisionada: ela é uma vítima das chamadas Lavanderias de Madalena ou Asilos de Madalena, instituições que, pautadas na “moralidade”, se dedicavam à “recuperação” de “mulheres caídas” – como você deve ter percebido pela quantidade de aspas, tudo sobre esses locais era controverso.
Ao explorar um cenário pouco conhecido do grande público, o longa aborda com sensibilidade e até bem intimista, o fato que o protagonista tem um paralelo com as meninas tem uma relação muito próxima ao de sua mãe que apesar de não ter sido criada na “instituição” foi uma mãe solteira, o que gera uma constante choque nele.
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Existe uma ótima construção ao redor do Bill, ainda que o uso de flashback seja um pouco maçante em determinados momentos, construindo ele no silêncio e a partir das (poucas) expressões de Murphy.
Nesse retorno as antigas lembranças, Bill passa por uma jornada de rever suas próprias ideias sobre moral, caridade, religião e talvez, especialmente, sobre compaixão.
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