Pânico 6 | Ousado, divertido e violento novo capitulo da franquia traz Ghostface a Nova York

Danilo de Oliveira
7 Min de Leitura
4 Ótimo
Crítica - Pânico 6

Pânico é uma das séries de terror mais adoradas do cinema, isso é indiscutível. A franquia retornou ano passado com Pânico (2022) que ao mesmo tempo era o quinto capitulo da série como também um novo reinicio trazendo novos protagonista juntamente de antigos rostos.  Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett assumiram a cadeira do falecido Wes Craven e acertaram na direção, homenageando ao mesmo tempo que expandia ela de forma brilhante.

Era uma questão de tempo para uma sequencia ser anunciada e olha que foi rapida! Pânico 6 chega exatamente um ano após o sucesso do seu anterior e traz novidades ousadas a franquia como por exemplo mostrar o assassino mascarado em uma nova cidade: Nova York é a bola da vez!

Depois das últimas mortes provocadas pelo Ghostface em Woodsboro, os quatro sobreviventes – Sam (Melissa Barrera), Tara (Jena Ortega), Mindy (Jasmin Savoy Brown) e Chad (Mason Gooding)– resolveram deixar a cidade pequena e se mudar para Nova York na tentativa de começar uma nova vida, deixando para trás suas experiências traumáticas enfrentadas. Mas isso não vai acontecer tão facilmente, pois o assassino mascarado está de volta mais uma vez e com novos truques.

Paramount Pictures/Reprodução

Se Pânico de 2022 funcionava por ser uma sequencia-legado do original que sabia usar sua metalinguagem já caracteristica da franquia para criticar os foruns tóxicos de fãs da internet, Pânico 6 lembra alguns elementos de Pânico 2 com o fato de ser uma continuação e ter a necessidade de ser maior e mais ambicioso, em todos os sentidos, do que o primeiro filme – enquanto levava seus estudantes para a faculdade e expandia o que conhecemos sobre sua mitologia. Aqui o roteiro de James Vanderbilt Guy Busick amplia ainda mais seu olhar autoconsciente para toda uma franquia estabelecida desde os anos 90, buscando retomar e subverter regras e elementos apresentados ao longo de cinco produções. Essa autoconsciência e até por dizer autocrítica já que o texto do novo filme acidamente brinca sobre a tendência de obsessão que Hollywood criou com franquias nos ultimos anos é um dos pontos que fazem o proprio filme burlar certas fragilidades no roteiro em prol de si mesmo.

Outro ponto que deve se elogiar é a direção de Matt Bettinelli-Olpin Tyler Gillett. Mas soltos em relação ao anterior e sem as limitações de filmar no meio de uma pandemia, com o potencial para usar a própria assinatura, os cineastas mostram a que vieram com uma condução competente no quesito terror, especialmente pela violência do Ghostface em sua versão mais brutal com as amplas possibilidades da ambientação em Nova York. Os diretores usam a cidade grande e suas locações para criar cenas tensas e claustrofóbicas de maneiras diferentes, como vemos acontecer na rua, no metrô, no supermercado e até mesmo no apartamento. Nisso, eles vão ampliando o leque de perspectivas, onde aproveitam para apresentar mortes criativas (e sanguinolentas) e brincar com a criação de expectativa do público aumentando a tensão nos cenários. Com isso a trama sempre se movimenta de forma energética e as cenas de perseguições são intensas pelo o quanto brutal é a figura do assassino mascarado agora. A cena de abertura , marca registrada da franquia comprova essa ousadia, com a direção e roteiristas puxando o tapete do publico e  mostrando como será a brutalidade do vilão na sequencia.

Paramount Pictures/Reprodução

Sem Neve Campbell, claro que o foco agora está nas novas protagonistas, as irmãs Carpenter que são o coração da trama.  Enquanto Tara está tentando levar sua vida “normal” em Nova York após sobreviver aos ataques do Ghostface em Woodsboro, ela entra em conflitos com Sam pela sua proteção excessiva. Por sua vez, a irmã mais velha ainda não consegue tirar os acontecimentos no passado da cabeça e também sendo atormentada por teorias na internet de que ela teria cometido os assassinatos anteriores e atribuído culpa ao seu ex-namorado Richie (Jack Quaid) e Amber (Mikey Madison), somente pelo fato dela ser filha de Billy Loomis (Skeet Ulrich) – o primeiro assassino.

Essa parte dramática não chega a ter a profundidade necessária, mas até que conecta bem o grupo de sobreviventes que juntamente com Mindy e Chad e cria uma relação de sobrevivência que eles estabelecem como uma peça fundamental para lidarem com essa nova ameaça.

O quarteto tem reforços mais do que bem-vindos em velhos conhecidos e novos nomes. Entre os retornos o grande destaque vai Hayden Panettiere, que ganha a chance de interpretar uma versão mais experiente de Kirby Reed. De volta após mais de uma década, ela não perde de vista o carisma que tornou a personagem tão amada em Pânico 4 (2011). Gale Weathers (Courteney Cox), tem um importante papel em sua volta na alfinetada sobre o papel da mídia na espetacularização e sensacionalismo de crimes reais.

Paramount Pictures/Reprodução

Do lado dos novatos, é quase impossível entrar em detalhes sem esbarrar em spoilers, mas basta dizer que a adição de Dermot MulroneySamara WeavingTony Revolori e Liana Liberato engrandecem o filme ao honrar algumas das raízes mais fundamentais da franquia, que vão da comédia às ameaças.

Se o sexto filme começa muito bem ao subverter as expectativas do público sobre o que esperar da autoria dos crimes, ele derrapa no ato final por cair em velhos truques que vimos antes (o que a narrativa estava prometendo escapar), especialmente na motivação, não muito criativa e impactante como outras, de quem está por trás da máscara. Desta forma, é uma parte final que escorrega e perde um pouco da ousadia e do impacto da revelação principal.

Pra finalizar posso dizer que Pânico 6 é uma ótima nova adição a franquia. Ele traz um Ghostface ainda mais brutal, mortes sangrentas, personagens carismático e perseguições frenéticas em uma gigantesca e claustrofóbica Nova York.

Obs: Fiquem até os créditos finais, pois há uma pequena cena!

Crítica - Pânico 6
Ótimo 4
Nota Cinesia 4 de 5
Share This Article
Leave a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *