Os Inseparáveis conta a história do mágico mundo dos bonecos de um teatro no Central Park que ganham vida quando as luzes se apagam. Na trupe teatral está Don, que costuma fazer papeis menores, mas sonha em interpretar o grande herói da história. Ao sair em busca de aventuras, ele cruza o caminho de DJ Doggie Dog, um cachorrinho de pelúcia com grandes sonhos e talento para se tornar uma estrela do rap. Unidos por seus desejos de serem mais do que apenas boneco e bicho de pelúcia – e pela sua amizade! -, Don e DJ Doggie Dog embarcam em uma jornada pela cidade de Nova York.
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Dirigida por Jérémie Degruson e com o roteiro original de Joel Cohen e Alec Sokolow (Toy Story) – e isso fica perceptível em algumas passagens -, a animação se pauta no poder da amizade e na coragem, muitas vezes inabalável, de forma tão intensa que fica evidente que é essa a mensagem que quer passar. As aventuras em que os mais novos amigos embarcam desafiam todas as probabilidades, mas sempre estão firmadas na intensa imaginação de Don e no quanto ele acredita em si mesmo.
A cerne da história em si não possui algo novo e nem mesmo parece buscar isso, mas usa e abusa de outros elementos para entregar um filme singular ao seu próprio modo, o que aqui se mostra no estilo da animação: toda a arte mostrada com Don e DJ Doggie apenas percorrendo a cidade de Nova York já é bonita – e detalhista! – por si só, mas quando embarcamos no mundo da imaginação de Don, toda a arte ganha um primor a mais.
Uma das cenas mais memoráveis, por exemplo, é o que a imaginação de Don nos permite ver quando suas épicas aventuras os levam aos esgotos da grande cidade… e de repente não estamos mais lá. É lindo, assim como muitas e muitas outras passagens de suas aventuras. Outro ponto interessante é o quanto a amizade dos dois protagonistas se mantém coesa, mas sem enormes firulas: há embates, há dúvidas e então, a medida que a aventura por Nova York se desenrola, eles se entendem e compreendem as diferenças entre eles como um ponto importante nessa convivência.
Outro ponto que merece ser mencionado é a escolha pelos tons das cores usados em toda história. As cores primárias e fortes, muito comuns em animações de indicação livre, estão presentes, mas também há a presença de tons mais fechados, neutros e uma ambientação, em geral, mais escura – diferente de Toy Story, por exemplo -, e que pode causar uma leve estranheza de início, principalmente quando você se dá conta que tal escolha não se limita as cenas no teatro de bonecos.
Porém, isso acaba tornando essa animação ainda mais singular em seu estilo e escolhas. E é a mistura disso tudo – uma animação que surpreende, junto a uma história de amizade entre personagens bem diferentes – é o que prende quem está assistindo até o fim. As mensagens de respeitar o sonho do outro, enquanto segue os seus sonhos ficam claras em algumas cenas, mas também estão nos detalhes, em pequenas ações, inclusive, de outros personagem que não Don e DJ.
Os Inseparáveis é uma animação de aventura épica sonhadora, que passa inúmeras mensagens em meio a uma arte que surpreende e nos toma de surpresa principalmente pela, repito, gama de detalhes e beleza – mesmo com uma história que, facilmente, conseguimos deduzir o final.
