Os Crimes de Grindelwald | Confusa, sequência de Animais Fantásticos arruma os peões para a guerra bruxa

Priscila Dórea
5 Min de Leitura

Nessa sequência da saga inspirada na obra de J. K. Rowling, Newt Scamander (Eddie Redmayne) é recrutado pelo seu antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Alvo Dumbledore (Jude Law), para encontrar o jovem e confuso Credence (Erza Miller), antes que Gellert Grindelwald (Johnny Depp), que escapou da custódia da Macusa (Congresso Mágico dos EUA) o encontre e o leve para o lado das trevas. Grindelwald está reunindo seguidores para mostrar ao mundo – mágico e não-mágico -, o verdadeiro poder e soberania dos bruxos.

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald começa alguns meses após o final do primeiro filme e é o que podemos chamar de filme de pré-transição. Enquanto o primeiro é uma introdução a história, que tenta resgatar a magia de Harry Potter ao mesmo tempo em que mostra tudo de novo que sua história quer trazer. O segundo é mais como arrumar um campo de batalha, colocando cada um dos peões e cavalos em seu devido lugar, enquanto remaneja alguns outros.

O filme é confuso em vários sentidos, tanto em algumas cenas – a fuga de Grindelwald é fenomenal, mas seria melhor se nos mostrasse direito tudo que estava acontecendo -, quanto ao que diz respeito ao excesso de informação: são inúmeras coisas acontecendo ao mesmo tempo, com personagens diferentes e em lugares diferentes. É um filme em que a concentração é extremamente necessária, porque apesar de confuso, o longa é na verdade muito bem amarrado.

É o tipo de filme que exige que quem estiver assistindo esteja em dia com seu conhecimento prévio do mundo criado por Rowling. Para a história funcionar bem, você tem que ter visto os filmes e os livros, todos eles, pelos menos algumas vezes. Ter familiaridade com a saga de Harry Potter é um fator importante desde o primeiro filme, mas mostra sua verdadeira importância com o passar da história em Os Crimes de Grindewald e todas as pistas que o filme solta sobre o que pode vir a acontecer nos outros três filmes prometidos para Animais Fantásticos.

Newt ganha uma perigosa missão, e o medo de alguns de que ele perderia seu protagonismo nessa sequência cai por terra logo no início, mas dessa vez se destacam muitos outros além dele, como Leta Lestrange e Queenie Goldstein. Enquanto a primeira tem parte de sua trágica história contada, a segunda toma um caminho em parte surpreendente na trama, mas que também levanta a bandeira da dualidade humana muito usada por J. K. em seus personagens.

No meio de tudo isso, o nosso querido Credence junto a Nagini (fonte da nossa maior curiosidade e mistério nesse filme) tenta saber a verdade sobre seu nascimento e encontrar sua mãe biológica. Novos animais fantásticos são apresentados, é claro. Assim como novos personagens e aquelas esperadas cenas de arrepiar. É o momento político da história, onde, assim como com o Lord Voldemort, os bruxos do mundo terão que escolher em qual lado lutaram.

O filme acerta em cheio com a motivação do vilão, assim como no encaixe dos acontecimentos com a história de Harry e também com o a história do nosso mundo. J. K. Rowling melhorou muito como roteirista em comparação com o primeiro filme. No entanto, não podemos negar: é um filme feito, principalmente, para os fãs e com o final que dividirá opiniões em todo o canto do mundo.

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, assim como seu antecessor, não tem o mesmo poder que a saga de Harry Potter teve e não causa nem de perto o mesmo clamor. Sua intenção, no entanto, de forma alguma é essa (e se é, não deveria ser). É o mesmo mundo, mas outro ainda assim. É um universo expandido da mitologia criada por Rowling e como tal, está sendo explorado das mais inimagináveis formas possíveis. Muitos vão continuar amando, outros nem tanto.

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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
1 Comment
  • Rapaz, se você precisa ter visto todos os filmes e lido os livros algumas vezes para entender o filme, então ele não é bem amarrado. Essa, aliás, é minha maior crítica ao filme (assim como critico Relíquias parte 1 por inserir dispositivos que nunca foram mencionados nos filmes sem explicar nada no ultimo, como o espelho, que aliás, nem eu lembro mais pra quê serve). Animais Fantásticos é uma bela viagem pelo mundo bruxo. Mas acho que faltou uma revisão e pulso firme nesse roteiro, para lembrar que ele ainda é um filme. Quando a gente assiste Star Wars, sabe que há pistas no universo expandido, mas ninguém precisa ler os livros pra entender os filmes. Os livros apenas o expandem o que é sempre bom, mas não se fazem obrigatórios.

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