Com atuações medianas, uma dublagem falha, um roteiro pobre e reviravoltas forçadas, Olhar Indiscreto se junta à lista de séries nacionais da Netflix que simplesmente não funcionaram.
Tendo como personagem principal a hacker Miranda (Débora Nascimento), uma voyeur que passa os dias espiando a vida de sua vizinha Cléo (Emanuelle Araújo), uma acompanhante de luxo. A trama começa quando essa vizinha viaja durante um final de semana e pede que Miranda cuide da sua cadelinha, inadvertidamente a envolvendo em uma perigosa investigação.
A premissa da série é boa e atrai o telespectador que espera encontrar uma história sobre voyeurismo – algo que é considerado tabu para alguns, mas acaba encontrando uma farofa envolvendo crimes, traições, chantagens, mortes, esquemas suspeitos e um mistério que se desenrola entre o passado e o presente de Miranda.
A quantidade de reviravoltas que acontecem nessa série é absurda e geralmente isso é algo positivo, mas aqui elas foram feitas tão porcamente que parece que a única intenção era chocar o telespectador, sem necessariamente fazer sentido com o todo o resto da trama que era apresentada. A cada episódio uma nova ligação era revelada, um novo sub plot surgia e ficava cada vez mais difícil de acompanhar e apreciar a proposta da série – que se perde no primeiro episódio.
Dentre os diversos sub plots que surgem, vale destacar o do passado da Miranda que passa por um trauma horrível que ainda a persegue no presente e o passado do Fernando (Nikolas Antunes), Diana (Gabriela Moreyra) e Heitor (Ângelo Rodrigues), que é bizarro em tantos níveis que choca o telespectador ao mesmo tempo que o deixa ansioso para entender o que aconteceu. Se o foco nesses dois plots fosse melhor explorado, com certeza a série não iria precisar de tantas reviravoltas forçadas e ligações caóticas que apenas confundem quem assiste.
Infelizmente, Olhar Indiscreto acaba se reduzindo a uma série apelativa, ignorando o talento real das atrizes de peso em seu elenco que são desperdiçadas nesse roteiro pobre.
