Em 1960 Frank Sinatra e seu grande elenco nos trouxeram Onze Homens e Um Segredo, um filme de um assalto engenhoso que conquistou plateias do mundo inteiro.Em 2001 George Clooney e Steven Soderbergh atualizaram com seu remake que ganhou mais duas continuações boas, mas sem o brilho do original. Agora em 2018 é a vez das mulheres comandarem a ação com o derivado Oito Mulheres e Um Segredo.
A história começa após Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã de Danny Ocean, protagonista da trilogia, entrar em regime condicional após cinco anos presa. A ladra, que passou todos os dias encarcerada bolando seu plano, não perde tempo ao recrutar uma equipe para roubar um colar de diamantes valendo 150 milhões de dólares durante um baile de gala.
O roteiro segue a formula do remake, mostrando a equipe sendo montada e reservando um tempo para mostra um pouco de cada, depois o planejamento e em seguida sua execução.
Maior parte do tempo de tela é dado à preparação do crime, destrinchando todo o plano detalhado por Debbie durante seus cinco anos, oito meses e doze dias presa. O tom cômico consegue passar veracidade e, mesmo quando algo aleatório acontece, o espectador não se sente deslocado do filme. O roubo em si é bem menos ousado que o esperado, e segue apenas como uma consequência daquilo que foi planejado durante o resto do filme, sem reviravoltas ou improvisos. Há também as consequências do próprio roubo, que acabam sendo tão leves e cômicas quanto o resto do filme.
Com isso o filme perde a oportunidade de se tornar único e diferente na ideia de mudar o formato da narrativa e entregar uma novidade aos conhecedores da franquia. Nem mesmo a tentativa de plot-twist surpreende tanto como deveria. O diretor Gary Ross ainda tenta passar uma ideia de girl power, mas meio que o resultado parece uma visão de fora pra dentro do real proposito.
Saindo da sessão eu conversei com meu parceiro de site e uma amiga e com essa informação dita acima,nos concordamos que se o filme fosse dirigido por uma mulher, como aconteceu com a Mulher Maravilha da Patty Jenkins, o resultado seria muito diferente e se saído muito melhor.
Mesmo assim, o longa tem os seus acertos. O assalto ainda sim é convincente, deixando um clima de tensão no espectador casual ao saber se tudo dará certo. Com cenas deslumbrantes e divertidas do Met Gala, é impossível não dar boas risadas com as criminosas colocando em prática suas funções para conseguir pegar a jóia. Da mesma forma, ver o empenho de Debbie na realização do plano, mais uma pitada de vingança contra seu ex-namorado, Claude Becker (Richard Armitage), acabam deixando as coisas um pouco mais interessantes.
Oito Mulheres e um Segredo é divertido e deixa qualquer um satisfeito ao final da sessão, mas não é destemido, e busca sempre o formulaico. O elenco feminino é muito bom e é importante termos um filme estrelado majoritariamente por mulheres onde o homens ou romance jamais são abordados. Faltou a mão de uma direção feminina para deixar o material um pouco mais interessante e representativo.