Histórias de cavaleiros, aventuras épicas, elmos e espadas, honra e sangue. Tudo isso delineia um cenário medieval que vemos recontado inúmeras vezes nos cinemas, livros, quadrinhos e peças teatrais. Mas, com certeza, de forma direta ou indireta, essas histórias foram inspiradas na inesquecível lenda de “O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”. Arthur era apenas um jovem que se descobriu merecedor de retirar a Excalibur, a espada lendária, fincada em uma rocha, demonstrando ser assim o detentor do título real.
É com base nessa lenda que desenvolve-se o filme “O Menino que Queria ser Rei”. Começamos conhecendo o jovem Alex (Louis Serkis), um menino comum enfrentando problemas ordinários na escola. Ele e seu melhor amigo Bedders (Dean Chaumoo) são os alvos prediletos dos valentões da escola, Lance (Tom Taylor) e Kaye (Rhianna Dorris). Enquanto escapava de um surra colossal da dupla, Alex acaba encontrando a Excalibur em um ferro velho. Assim que tira a espada da pedra, as aventuras começam. Morgana (Rebeca Ferguson) desperta de seu longo sono e envia monstros macabros atrás das crianças, tentando pegar a espada para si e matar o menino. Alex também recebe a ajuda do carismático mago Merlin (Angus Imrie / Patrick Stewart).
O filme é dirigido por Joe Cornish, que apresenta uma direção dinâmica, com cenas divertidas e leves. É como assistir clássicos protagonizados por crianças na Sessão da Tarde. Rico em clichês com debates sobre honra e lealdade, um filme que agradará as crianças e não entediará os pais. Repleto de referências ao mundo nerd, cita Game of Thrones, Mario Bros, Senhor dos Anéis e muito mais, trazendo comicidade e realismo às cenas e diálogos. Com certeza o melhor personagem é o Merlin, não apenas pela atratividade que exerce por seus truques de mágica, mas pelo divertida atuação por parte de Angus Imrie. Ele oscila entre um corpo jovem e um velho, representado pelo Patrick Stewart (o professor Xavier, da saga X-Men). Ele surge como o Mestre dos Magos, em aparições esporádicas para guiar as crianças e treiná-las para o que está por vir.
Graficamente apresenta boas cenas de ação, com monstros bem produzidos em computação gráfica e a caracterização de Rebeca Ferguson como Morgana conseguiu amplificar a presença vilanesca da personagem, trazendo um aspecto um pouco asqueroso, nos convencendo sobre a malignidade dela. As crianças apresentam atuações medianas, não havendo nenhum que se destaque em particular. Um bom filme para ser visto em família, que vai agradar aos adolescentes e crianças.