O Contador 2 | Menos neurociência, mais ação

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
3 Bom
Crítica - O Contador 2

Lançado em 2016, O Contador trazia Ben Affleck como um homem autista e gênio da matemática que trabalhava como contador forense e lavava dinheiro para todos os tipos de organizações criminosas.

Tendo um relativo sucesso nas bilheteria, 9 anos depois (algo bem incomum para se restabelecer uma sequência) Cristian Wolff retorna para mais uma rodada de desvendar sigilosos segredos do mundo do tráfico, além de claro muita ação.

Na trama, após a morte de Ray King (J.K. Simmons), a agente do Tesouro dos Estados Unidos, Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson) é chamada para investigar o crime. Sem muitas opções, ela vai atrás do “contador”, Christian Wolff (Ben Affleck), oito anos depois dos acontecimentos em Chicago que mudaram sua vida.

Warner Bros/Reprodução

O roteiro aqui apesar de manter todas as características que fizeram seu original ser um exemplar interessante no gênero, busca também focar em uma interação bem disfuncional entre irmãos, trazendo de volta o personagem do Jon Bernthal a cena como irmão assassino mais novo de Chris.

Se antes o foco era o tesouro nacional atrás de Chris para saber através de seu trabalho de contabilidade e extremo intelecto como chegar em seus “clientes” e tal, aqui ele é designado pelo próprio tesouro para desvendar um caso sobre sumiço e tráfico humano. Ainda que seja o ponto principal do mistério da trama e como ela é até bem desenrolada, essa parte fica sempre em segundo plano, devido a interação disfuncional que é entre os irmãos.

Warner Bros/Reprodução

Os personagens são os opostos em personalidade de forma absurda e isso gera momentos bem descontraídos e fazem uma quebra perfeita para o ritmo lento que o filme vai pecorrendo.

Enquanto Ben Affleck mantem aquele jeito calado e sem emoção do Chris fruto da sua personalidade, Bernthal e seu Braxton é o oposto, boca suja, sem se preocupar com as coisas, mas que carece da falta do contato com o irmão e isso parece ser um fator que o longa faz para fazer a franquia mais acessível para o público casual.

E claro, que temos ação, e Gavin O’Connor entrega bem aqui em seu derradeiro ato que rola uma boa trocação de tiro, porrada e bomba.

Warner Bros/Reprodução

Ainda que traga, Chris e sua equipe de crianças geniais, comandadas por Justine (interpretada por Allison Robertson e dublada por Alison Wright), uma autista não verbal que trabalha no centro de tratamento Harbor Neuroscience em New Hampshire, O Contador 2 até investe em uma trama que parece ser mais complicada que aparentemente é, além de temas bem atuais como a situação de imigrantes nos EUA e o tráfico humano, mas eles nunca são o cerne principal, sendo a interação bem humorada entre os irmãos seu principal ponto de equilíbrio para trazer uma platéia mais diversificada e assim quem sabe criar mais uma franquia de ação para a Amazon.

Crítica - O Contador 2
Bom 3
Nota Cinesia 3 de 5
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