O Conde de Monte Cristo | Uma espetacular adaptação do clássico de Alexandre Dumas

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
Paris Filmes/Reprodução
4.5 Excelente
Crítica - O Conde de Monte Cristo

Lançado em 1846, pelo icônico autor Alexandre Dumas ( o mesmo de Os Três Mosqueteiros), O Conde de Monte Cristo também se tornou um clássico absoluto, sendo que ganhou varias adaptações para inúmeras mídias durantes os anos.

A história de vingança de Edmond Dantès tem uma memoria afetiva do publico no longa lançado em 2002, trazendo Jim Caviezel (de Paixão de Cristo) como protagonista.

Os diretores Alexandre de la Patellière e Matthieu Delaporte que recentemente adaptaram uma outra obra de Dumas, Os Três Mosqueteiros em dois filmes extremamente próximas ao material original, conseguem novamente aqui, trazendo uma adaptação fiel e uma produção grandiosa e emocionante do clássico.

Paris Filmes/Reprodução

Edmond Dantès (Pierre Niney) é um navegador que, após salvar uma jovem que se afogava num naufrágio, é promovido a capitão. Se por um lado isso permite com que ele faça planos de se casar com o amor da sua vida, Mercedes (Anaïs Demoustier), também desperta a inveja de seu primo e também do então capitão do navio, Danglars (Patrick Mille), que, em complô, o acusam de traição à pátria e Dantès é preso injustamente. Após anos no cárcere, Dantés faz amizade com um prisioneiro que lhe conta sobre o tesouro secreto de Monte Cristo. Quando consegue escapar, Dantès só pensa em se apossar dessa fortune e ir em busca de sua vingança, mas agora sob uma nova identidade: ‘O Conde de Monte Cristo’.

O roteiro adapta com muita qualidade o livro, condensando bem o que precisa do livro gigantesco para reproduzir com qualidade em quase 3 horas de duração. Mesmo com a longa duração, a nova adaptação sabe muito bem refletir: uma história envolvente, com bastante suspense e um intrincado plano de vingança, que faz o espectador seguir cada momento sem desgrudar os olhos. O texto é otimo e só demonstra a atualidade dos temas levantados por Alexandre Dumas quase duzentos anos atrás.

Paris Filmes/Reprodução

Os diretores optam por ter um protagonista-narrador envolvente, que seduza o espectador a seu favor, mesmo sabendo que sua causa não é tão nobre. A utilização desse recurso para transicionar a história funciona para manter o publico focado e nem sentir o tempo de filme.

Outro ponto a destacar, é a modernização que o longa faz em certos visuais e aspectos da trama: vai-se as longas capas e cabelos compridos e, ao invés, temos personagens com cortes de cabelos mais modernos e roupas mais acentuadas, trazendo uma maior identificação com o publico atual, mesmo com a história se passando no seculo XVIII.

Paris Filmes/Reprodução

O design de produção é impecável e mostra toda grandiosidade da França. Das locações gigantescas aos figurinos barrocos, tudo evoca os épicos cinematográficos de outrora. A direção de fotografia, assinada por Nicolas Bolduc, evita tornar a aventura sombria demais, dando ênfase aos planos abertos, iluminação intensa, bem como ângulos que favorecem o tom minucioso do design de produção assinado por Stéphane Taillasson. A trilha sonora de Jérôme Rebotier mantêm a escala épica e grandiosa que o filme se propõe.

Com um elenco bem envolvido, uma parte técnica de encher os olhos, uma história envolvente que engaja o espectador logo nas primeiras cenas, de modo que sua extensão não é sentida, a nova adaptação de O Conde de Monte Cristo é facilmente a melhor adaptação da clássica obra de Dumas para as telonas e um prato cheio para os fãs de uma boa e envolvente história de vingança.

Crítica - O Conde de Monte Cristo
Excelente 4.5
Nota Cinesia 4.5 de 5
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