Cacildis!!! Com certeza você já ouviu essa bordão várias feito pelo comediante Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, um dos maiores nomes do gênero no país que fez parte de programas memoráveis como A Escolinha do Professor Raimundo e Os Trapalhões.
Nada justo que sua cinebiografia mostrar seu início como sambista e sua ascensão como um grande comediante que ganhou seu apelido por meio de Grande Otero. Grande vencedor do Festival de Gramado, a obra estrelada por Aílton Graça emociona e faz rir em contar a história de uma figura que marcou a televisão brasileira.
Na trama, Carlinhos (Thawan Lucas) tinha o sonho de ser jogador de futebol, mas, casualmente, um dia descobriu o samba. Acontece que sua mãe (Cacau Protásio) quer que ele seja moço direito, com carreira e estudo. Quando cresce, Antônio Carlos, ou Carlinhos (Yuri Marçal), entra para a aeronáutica, para o orgulho de sua mãe, mas, escondidamente, à noite se apresenta nas melhores casas de shows do Rio de Janeiro com seu grupo, Os Originais do Samba. Entre um show e outro o grupo acaba participando de um programa de televisão, onde, um dia, pedem que Carlinhos participe de um programa de humor com Grande Otelo. É a partir desse encontro que Carlinhos passa a ser chamado em rede nacional de Mussum (Ailton Graça), e tem início a carreira de sucesso de um dos maiores humoristas brasileiros de todos os tempos.
O roteiro do longa acerta em trazer em sua estrutura básica já vista em muitas outras obra do gênero seu grande trunfo. Mostrar a infância de Carlinhos, o esforço de sua mãe em dá uma educação e lhe um direito de escolha em sua vida, além de sua paixão pelo samba e sua ascensão no humor é feita de forma certeira, ao mesmo tempo que também é referenciar o personagem como um exemplo de perseverança, principalmente para as pessoas negras a nunca desistir dos seus sonhos.
A direção de Silvio Guindane consegue conciliar o entetrenimento e o instruir o povo muito bem, e juntamente do design de produção recriar o Rio de Janeiro e São Paulo da década de 70 e 80 de forma incrível.
Aliás, incrível é o trabalho de elenco de Mussum. Trazer atores diferentes para interpretar um mesmo personagem acrescenta uma nova camada de trabalho à direção. Da infância à vida adulta, há uma unidade, em especial, é claro, entre Yuri Marçal e Ailton Graça que equilibram esta continuidade e nos ajudam a criar uma conexão com o protagonista pela compreensão do impacto dos acontecimentos desde a infância.
Aliás Ailton se mostra a escolha perfeita para viver o comediante na fase adulta. Todas as facetas e gestos característicos de Mussum são feitos de forma impressionante pelo ator. Difícil também não se impressionar com Cacau Protásio que conhecida pela carreira na comédia, protagoniza alguns dos momentos mais tocantes do longa no papel da mãe de Mussum, que divide com Neusa Borges na fase adulta do protagonista. Mãe-solo, Dona Malvina talvez tenha sido o maior pilar na vida do comediante,sempre muito próxima do filho.
O filme também traz participação de figuras marcantes do samba e televisão que apareceram na vida de Mussum, como Elza Soares e Cartola, a lendas da televisão, como Chico Anysio e Grande Otelo – aqui se explica a origem do apelido Mussum, aliás. E é claro que temos também a figura dos Trapalhões, que apesar de serem um capítulo de maior destaque na carreira do comediante, aqui tem seu tempo mais delimitado por, claro dar ênfase ao seu protagonista.
Mussum: O Filmis retrata com emoção, samba e muito riso, a trajetória de um dos maiores comediantes do Brasil, sendo um filme de uma pessoa que teve a oportunidade de escolher e abriu portas pra muitas pessoas a seguir seus sonhos.
