Mortal Kombat 11 | Esbanjando qualidades, série de luta chega ao auge

Danilo de Oliveira
12 Min de Leitura

A NetherRealm continua sua sagra de fazer jogos impactantes nos últimos tempos! Curiosamente Mortal Kombat de 2011 (chamado também de MK 9) foi o pontapé definitivo em como a produtora veio a trabalhar seus títulos de forma impecável. Nos anos seguintes vieram Injustice e sua continuação que trabalhava os personagens da DC de forma melhor que a Warner faz nos cinemas. Mortal Kombat X também veio e trouxe ainda mais refinamento a gameplay da franquia e uma historia bem envolvente, embora pecando em algumas coisas.

Pois bem, 4 anos depois Mortal Kombat 11, chega e traz um roteiro ainda mais solido e corajoso a franquia, assim como melhora tudo que foi feito até então pelo estúdio.

Uma coisa que Mortal Kombat sempre se superou, como disse acima foi seu modo historia. Desde de MK 9 a narrativa foi um dos pilares da franquia e desenvolveu um enredo muito cativante. E como toda franquia, MK ousa em navegar em águas perigosas: viagens temporais. É sempre delicado lidar com passado e futuro sem criar grandes furos de roteiro, mas felizmente o game consegue fazer isso habilmente, há algumas pequenos escorrego aqui e ali, mas a NetherRealm acertou muito bem na trama fazendo essa a mais ousada e até então, melhor da série na minha opinião.

Na história temos Kronika, a guardiã do tempo, uma titã mais poderosa do que os próprios Deuses Ancestrais, que, até então, eram as entidades máximas deste universo.Seu grande objetivo é desfazer a cronologia que surgiu por causa das ações de Raiden em Mortal Kombat 9, ou seja, a vilã, assim como os fãs mais conservadores, quer apagar tudo o que aconteceu em Mortal Kombat X. Diz ela que este não era o destino que havia sido planejado para os reinos. O Deus do Trovão teria perturbado para sempre o equilíbrio entre luz e trevas ao mudar completamente o rumo da história e isso precisaria ser corrigido.

Por mais que inúmeras produções da cultura pop falem em “equilíbrio entre o bem e o mal”, poucas não se rendem à ideia de que só há equilíbrio quando o bem vence.Não há equilíbrio entre bem e mal quando só o bem vence — e Kronika entende isso.Mesmo com todo o poder que possui, Kronika precisa de ajuda para conseguir reverter as ações de Raiden e recomeçar a linha do tempo sem ser perturbada. Ela convoca, então, vilões e heróis do passado para o presente, com o objetivo de fazê-los lutarem entre si e contra versões mais jovens deles mesmos.

Kronika é a primeira vilã principal da história da franquia

O enredo une o útil ao agradável trazendo um elenco de peso e uma historia séria que mais uma vez daria um ótimo filme como sua narrativa é contada.Meu único contra é como MKX tinha bastante personagens, aqui alguns deles sequer são mencionados o que abre algumas lacunas no enredo, mas como falei antes nada que tire a experiência como um todo.

Mortal Kombat 11 é o game mais cinematográfico da franquia, visualmente ele é belíssimo, com cutscenes impressionantes da mesma forma que as lutas e seus efeitos gráficos tudo rodando em 60 quadros por segundos. Alias a diferença gráfica entre o X e esse é abismal, de fatores como, captura de atores reais(Shang Tsung captura seu ator do filme de 1995) o salto de 4 anos fez muita diferença nos visuais. O modo história foi muito bem refinado, com bons diálogos e humor na dose certa e não havendo mais quick time events, apenas sendo a unica alteração a possível escolha dos lutadores em capítulos em dupla(algo que já tinha em Injustice 2). E falando em bons diálogos é importante ressaltar a excelente dublagem, tanto a original como a nacional, que mantiveram vozes anteriores, e trouxe outras ótimas vozes para os novos e fazendo assim um trabalho de muita qualidade (não, não temos dessa vez, Pitty como Cassie Cage). Depois da campanha de 5 ou 6 horas, ainda vai haver a torre de personagens(o modo arcade) pra destravar os finais de cada personagem.

A jogabilidade é algo primordial em todo game de luta, e a NetherRealm consegui refinar ainda mais o MK tornando um game solido para os técnicos, mas também na medida certa pra os casuais. Esse com certeza é o mais cadenciado da franquia ou seja, com golpes e movimentações mais lentos se comparados ao X, mas isso é uma evolução pra melhor posso lhe garantir.Embora mais complexo, nada que uma olhada em seu excelente tutorial não te coloque pra executar bem os comandos do game. Pra citar as diferenças entre seu antecessor, os golpes X-Ray foram desmembrados em dois sistemas: Os Krushing Blows,são golpes normais e especiais que, quando realizados dentro de condições muito específicas(um contra ataque por exemplo) resultam em uma animação dos ossos de quem é atacado sendo quebrados. Quando esta animação é ativada, o atingido sofre muito mais dano do que sofreria normalmente.

Os Fatal Blow nada mais são do que uma nova versão dos X-Ray, de Mortal Kombat X. No entanto, em vez de custarem barras de ataque para serem ativados, os Fatal Blow tornam-se automaticamente disponíveis quando a saúde do personagem está abaixo de 30% — que é, aliás, a quantidade de dano aproximada causada por um Fatal Blow. Cada personagem possui apenas um Fatal Blow, que pode ser utilizado uma vez na luta inteira. Se você errar, o ataque se recarrega e você pode tentar de novo depois. Se acertar, não pode usar mais.

Não há mais botão de corrida e as barras clássicas utilizadas para otimização de golpes desde Mortal Kombat 9 foram alteradas, dando origem às barras horizontais (ofensivas) e verticais (defensivas).

As duas barras horizontais continuam servindo para estender e aumentar o dano de alguns golpes especiais, exatamente como sempre funcionaram. As verticais, por outro lado, possuem aplicações variadas de defesa.

Ao ser derrubado por um adversário, o jogador agora pode gastar uma barra defensiva para rolar para trás ou para frente, se afastando para começar um zoneamento ou trocando de lado na tela para jogar onde se sente mais confortável e reagir de maneira mais eficaz, por exemplo.

Outra nova opção é gastar uma barra ofensiva e outra defensiva para realizar um “Ataque ao Levantar”. Estes ataques podem ser: um soco simples que possui invencibilidade — serve para evitar a pressão do adversário — ou um golpe sem invencibilidade que ergue o adversário no ar e cria oportunidade para a realização de um combo.

O novo “breaker” de Mortal Kombat 11 gasta as duas barras defensivas do jogador, mas vale a pena para evitar sofrer uma sequência de golpes muito longa. Quando o adversário ergue o personagem controlado por você e começa a bater nele, é possível endurecer o corpo do lutador que está sendo atacado e fazê-lo cair no chão para evitar grandes estragos.

Interações simples com o cenário também passaram a ter um custo. Agora, para utilizar um objeto de interação, é necessário gastar uma barra defensiva — caso a interação tenha propriedade ofensiva, podem ser utilizadas duas barras no processo, uma vertical e outra horizontal.

Os personagens são bem distintos entre si, com força, velocidade de ataques variam muito como é de se esperar. Contudo, além do balanceamento dos combatentes  ainda temos as variações de estilos, já conhecidas de MKX, mas que aqui volta mais robusto. Agora os jogadores podem customizar suas próprias variações, deixando tudo ainda mais legal.Cada personagem tem golpes que estão sempre presentes e outros que podem ser equipados em até três espaços.E mesmo assim as coisas são bem balanceadas já que golpes mais fortes custam dois espaços, fazendo nenhum personagem absurdamente poderoso.

Os fatalities continuam sanguinários

O tutorial como eu disse acima, é super útil para conhecer todas as mecânicas do game. Ele é com certeza o mais completo que já vi em um game de luta destrinchando em minucias o sistema.

E pegando o embalo das customizações, não é só as variações que ficam restritas elas. Assim como Injustice 2, você pode adquirir durante a krypta (que agora percorremos em terceira pessoa, sendo a ilha de Shang Tsung) pra customizar seu personagem com varias opções. Há as mudanças de atributos,mas fiquem tranquilos, que  eles só interferem nas torres, não nas partidas onlines.

Falando da Krypta, ela além de ser absurdamente gigante de se explorar, há milhares de baus pra se encontrar, e inimigos e armadilhas que podem matar a qualquer momento, mas diferente de MKX esses baus são completamente aleatórias, fazendo você penar pra achar algo como fatalities e brutalities entre outras, algo que impacta um tanto negativo, já que os baus não são baratos e achar as melhores coisas talvez só nos níveis mais avançados dela. Os artigos de customização também podem ser adquirido nas torres do tempo ou microtransação. O game há também uma loja online para compra mas não tivemos como conferir seu funcionamento.

Shang Tsung tem seu visual inspirado no ator Cary-Hiroyuki Tagawa, que fez o vilão no filme de 1995

Mortal Kombat 11, é o supra sumo dos games da franquia, trazendo lutas incríveis, um modo historia bem feito, gráficos sensacionais e uma customização de dar gosto.A NetherRealm soube novamente utilizar tudo de melhor pra se aproveitar em um game tanto single player como online e fez um game memorável. O estilo de mercado da krypta não sabemos como será utilizada, mas esperamos que não seja nos moldes de Battlefront. No mais, desfrute desse tão genuíno game que é Mortal Kombat 11, um item obrigatório para qualquer fã de jogos de luta esse ano.

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