Missão: Impossível – Efeito Fallout eleva a franquia para outro nível do cinema de ação

Danilo de Oliveira
6 Min de Leitura

Tom Cruise, 56 anos não pará de nos impressionar a cada novo filme da franquia Missão: Impossível. O primeiro filme lançado em 1996, apresentou ao mundo cinematográfico o jovem agente Ethan Hunt em sua missão suicida para provar sua inocência.

Desde então, a saga vem conquistando fãs pelo mundo inteiro com suas mirabolantes cenas de ação, intrigas e muita, mas muita pancadaria.

Seguindo as características clássicas, o  sexto filme da saga, Missão: Impossível – Efeito Fallout, não é diferente.E digo mais, Fallout não só acerta a mão, assim como  mostra que a franquia de espionagem e ação de Tom Cruise é capaz de se adaptar e brigar de igual para igual com qualquer grande franquia do cinema. Estamos sim diante do filme de ação do ano!.

Esta é uma das sequências mais diretas da franquia, com retorno de Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), de Nação Secreta, o vilão Solomon Lane (Sean Harris) e Alan Hunley (Alec Baldwin). Sem falar no retorno de Christopher McQuarrie: Pela primeira vez um diretor assina dois filmes da franquia . O longa trabalha o passado de Ethan Hunt, mas também apresenta uma nova ameaça do grupo conhecido como Sindicato. Mas o que gira mesmo é a vontade de Lane torturar o protagonista enquanto cria uma nova ordem mundial.

Ethan Hunt é um espião sempre pronto para aceitar a sua próxima missão. Sabemos que sua vida pessoal já foi muito afetada por seu trabalho e agora ele enfrenta, pela primeira vez, o seu próprio passado. Tendo deixado vivo o grande vilão Solomon Lane (Sean Harris) ao final do longa anterior, Hunt pressente o perigo ao ser encarregado de destruir uma nova célula terrorista criada pelos membros remanescentes do temido Sindicato (grupo de ex-agentes que tornaram-se anarquistas) e resgatar três ogivas nucleares roubadas. Nessa nova busca, o espião terá, além da ajuda convencional de seus parceiros de longa data, Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames), a supervisão em campo de um agente super treinado da CIA, August Walker (Henry Cavill), e a volta repentina da espiã da inteligência britânica, Ilsa Faust (Rebecca Ferguson).

Longe de ser simplório, mas também distante de uma complexidade ou sagacidade extrema, o que está sendo contado não impressiona muito. As motivações, enfim, para os antagonistas seguem a receita padrão da franquia. Mas a questão central não está na história funcional, mas na narrativa empolgante, que impulsiona os acontecimentos para uma outra dimensão e permite Efeito Fallout ser a tamanha conquista do gênero que é. Sendo assim, não é exagerado caracterizar o longa-metragem como uma das produções hollywoodianas de ação mais energéticas dos últimos anos. Ao ter controle também sobre o roteiro, McQuarrie inventa e reinventa as artimanhas relacionadas às icônicas reviravoltas da série, preenchendo o filme de inúmeras delas, mas nunca demasiadamente forçando-as a ponto de tornar toda a criação uma espécie de auto-paródia.

Tom Cruise sabe da responsabilidade que possui e entrega muita sensibilidade na atuação dos momentos mais emotivos do longa, ao mesmo tempo que se doa e arrisca sua própria existência para fazer a obra mais eletrizante possível. É incrível a desenvoltura e coragem do ator, que não precisa provar nada a ninguém, e que mesmo assim está ali totalmente por um papel. Pilotar helicópteros – e se pendurar neles! -, dirigir motos e carros em alta velocidade, saltar sobre prédios e correr como se não houvesse amanhã, tudo feito da forma mais realística possível, mesmo que estejamos diante de um personagem que pratica atos impossíveis.

Sabendo também disso o diretor, usa essa doação do seu astro para mostra a ótima condução na ação. Colocando as câmeras em pontos estratégicos, fazendo takes longos e angustiantes, ele demostra controle preciso de não esconder o quão impossíveis são as adversidades de Hunt, ao mesmo tempo que esfrega na cara de todos que o astro está fazendo aquilo de verdade.

O elenco mais uma vez traz o suporte perfeito para Hunt se aventurar.Henry Cavill traz um personagem casca-grossa e parece mais forte que o homem de aço que interpreta nos longas da DC. Pegg e Rhames se divertem e são o apoio e tanto para Cruise realizar suas façanhas. Rebecca Ferguson mostra, mais uma vez, que é a atriz perfeita para brigar pelo protagonismo na franquia. Sempre muito segura e porradeira, é impossível não se apaixonar por ela junto com Hunt. Até Alec Baldwin mostra que ainda pode participar da ação e Vanessa Kirby, a irmã da Rainha Elizabeth II na série “The Crown”, traz todo o seu charme britânico para uma verdadeira femme fatale inesperada.

Coeso e empolgante, Efeito Fallout mantem a franquia como uma das melhores e mais consistentes do cinema de ação. Em uma era recheada de adaptações de super heróis e seus inúmeros takes em CGi, ver a trupe de Cruise com praticidade e energia é algo muito prazeroso!

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