Marvel e a representatividade na cultura pop

Victor Fonseca
5 Min de Leitura

Não é de hoje que falamos sobre representatividade nos filmes de super heróis. Cada dia que passa a necessidade de abordar o tema torna-se cada vez mais importante. Os filmes da Mulher-Maravilha e do Pantera Negra conquistaram os críticos e o público, quebraram recordes de bilheteria e mostraram que a representatividade é importante, sim, e ainda pode ser valiosa para os estúdios. A Marvel, desde sua criação em 1961, é conhecida por se preocupar em conquistar as minorias, os X-Men são a prova disso.

Seja a causa LGBT, xenofobia, questões raciais ou empoderamento feminino, a Marvel sempre procurou abraçar novos perfis de personagens para seus quadrinhos, que sejam mais representativos e irreverentes.

A personagem Ironheart, é um exemplo disso. Riri Williams é uma garota negra que entrou no MIT aos 15 anos e desenvolveu sua própria versão do uniforme do Homem de Ferro em seu dormitório. Pensada para substituir Tony Stark, a personagem surgiu como uma resposta a ausência de representatividade feminina e negra na cultura popular.

Porém, quando Guardiões da Galáxia e Vingadores: Era de Ultron foram lançados, surgiu uma polêmica sobre a falta de bonecos com personagens femininas na merchandise da Marvel. Quando uma criança vê heroínas, assim como os super-heróis masculinos, representada em um brinquedo, elas têm a oportunidade se inspirando nas virtudes que essas personagens carregam e perceber que as mulheres são fortes e também podem ser inspiradoras

No cinema, a Marvel demorou para dar uma resposta e precisou de 10 anos para lançar o seu primeiro filme protagonizado por um herói negro. Mas agora, com o sucesso do Pantera Negra, parece que eles entenderam a mensagem certamente não vai deixar isso escapar. O próprio Kevin Feige, garantiu que o Universo Cinematográfico da Marvel deve explorar caminhos totalmente novos após Vingadores 4, sendo a representatividade e a diversidade são partes decisivas desse futuro dos filmes de heróis.

“Teremos novos locais, novas países que contam com uma significância cultural própria. Continuaremos a contar histórias que representam o mundo como ele é, que representam pessoas que não se viam representadas dessa maneira no passado. Queremos continuar a fazer isso”, garante Feige.

De fato, o futuro da Marvel parece promissor. O filme da Capitã Marvel, próximo lançamento do estúdio, teve o comando de uma mulher, Anna Boden, ao lado do seu colaborador frequente Ryan Fleck. A Sony, também deve entrar nessa roda com o lançamento da animação do Homem-Aranha no Aranhaverso que será protagonizado pelo adolescente negro Miles Morales.

Além disso, nos últimos meses, saíram boatos de que o Marvel Studios contratou Nicole Perlman desenvolver um roteiro inicial ao lado de Jac Schaeffer do filme solo da Viúva Negra. A personagem já deixou sua marca em diversos filme desde sua estreia em Homem de Ferro 2, sendo uma membra original dos Vingadores nos cinema.

A loja online Fantoy revende uma coleção de bonecos Marvel, que além de super-heróis como Homem de Ferro, Capitão América, Groot, Hulk, entre outros, tem uma variedade de bonecos de personagens femininas já vistas no cinema, como Viúva Negra, Gamora, Feiticeira Escarlate, Vespa, além das inéditas Lady Deadpool e Capitã Marvel, por exemplo. E ainda estão previstos bonecos da Fênix Negra, Hela, Valkíria, Nakia, General Okoye para lançamento em breve.

Ainda tem muito o que mudar na indústria do entretenimento. A Marvel começou a dar os primeiros passos e agora nos resta torcer para que esse tabu seja quebrado e que, em breve, possamos ver cada segmento da sociedade sendo representado dentro da cultura pop.

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Estudante de Jornalismo, mas formado em medicina após 14 temporadas de Grey's Anatomy. Viciado em séries e amante do cinema.
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