“Mamma mia, here I go again. My my, how can I resist you?“. Quem nunca cantou e dançou ao som da música do Abba depois de assistir Mamma Mia? Após 10 anos, desde o lançamento do primeiro filme, essa canção ainda nos remete a paradisíaca ilha grega, deste grande musical, onde somos apresentados à encantadora Donna (Meryl Streep). Na sequência, Mamma Mia 2 – Lá vamos nós de novo, começamos vendo Sophie (Amanda Seyfried), a filha de Donna, preparando a reinauguração da pousada Bela Donna, enquanto enfrenta problemas no seu casamento com Sky (Dominic Cooper). A história é narrada oscilando entre momentos presentes e passados (década de 70), contando-nos sobre a jovem Donna (Lily James), uma garota vivaz com aspirações e desejos grandiosos, que lança-se no mundo em busca de descobrir o que o futuro reserva para ela. Nessa jornada, ela conhece os jovens Harry (Hugh Skinner), Bill (Josh Dylan) e Sam (Jeremy Irvine), os futuros possíveis pais de Sophie. A empatia por Donna só cresce ao longo da história e esse mérito se deve a primorosa e cativante atuação de Lily James que faz um belo trabalho substituindo Meryl Streep, uma tarefa nada fácil… convenhamos. Neste filme temos a oportunidade de ver mais de perto as relações entre as integrantes do grupo musical Donna & The Dynamo, formado por Donna, Rosie (Alexa Davies) e Tanya (Jessica Keenan Wynn). A participação de Cher, já no final do filme, é um brinde em que somos agraciados com a presença dessa grande estrela da música durante duas canções do longa.
As músicas assomam com significados expandidos nessa continuação, visto que agora já conhecemos e temos carinho pelas personagens apresentadas previamente, tornando este um filme mais emocionalmente contundente que o anterior. A ótima direção de Ol Parker (roteirista em O Exótico Hotel Marigold) delineia um oscilante fluxo temporal que nos mantém cativos das cenas. As paisagens de tirar o fôlego, com paletas de cores que ressaltam o chamativo figurino de Donna, elevam a personagem, tornando impossível despregar os olhos de Lily James, que brilha com suas vestimentas multicoloridas dos anos 70, transbordando simpatia. Como musical, segue em um ritmo extasiante, com espaços bem mensurados entre as canções que nos arrebatam em coreografias acrobáticas e fascinantes, fazendo o que o primeiro filme tão bem já fazia: nos divertir muito.
Por isso, esse filme é altamente recomendado para quem busca uma dose de entretenimento leve. É eletrizante, envolvente, divertido, bem humorado e vivo, não deixando a desejar em termos de sequência, mas possivelmente até superando o primeiro em alguns aspectos. Aqui temos um enredo bem desenvolvido, uma direção primorosa, com flashbacks e flashforwards que fazem com que os tempos sigam se estreitando até se mesclarem em alguns momentos emocionantes, de forma muito relevante para a trama. Esse afunilamento das linhas temporais prossegue à medida que as personagens, Donna e Sophie, se tornam mais próximas no aspecto vivencial, culminando em um final muito sensato e sensível, um desfecho digno para a trama. Você vai rir, chorar, cantar junto, segurar o fôlego e sustentar um sorriso bobo. Um filme para ser visto com a família no cinema, regado a muita pipoca. Diversão garantida.