Mais objetivo que o anime, mangá de ‘Another’ consegue manter a imprevisibilidade do início ao fim

João Fagundes
4 Min de Leitura

“Quem é o morto?” É a maior pergunta que o mangá de 2010 deixa até o último instante, mantendo um suspense digno de adaptação. Não demorou muito e após o fim do mangá em 2012, num total de 4 volumes, já era anunciada a estréia do anime no mesmo ano. Com 12 episódios e um OVA exclusivo (com acontecimentos não vistos no mangá) com o nome de episódio 0 (zero), entenderemos mais do que ocorreu antes mesmo da superstição dos estudantes de Yomiyama. Escrito por Yukito Ayatsuji e ilustrado por Hiro Kiyohara, bem vindo ao mundo de “Another“, onde ‘o outro’ pode ser você, mesmo que não saiba.

Sakakibara Kouichi é um adolescente de 15 anos que vive com o pai em Tokyo, mas se muda para a casa dos avós no interior depois de seu pai precisar se transferir a trabalho para outro país (Índia), sendo pouco presente desde o nascimento do filho quando a mãe faleceu no parto. A casa dos avós conta com os cuidados da tia Reiko Mikami, professora na escola que Sakakibara irá estudar e responsável pelo clube de artes da mesma escola. Por virtude de uma doença pulmonar, o jovem teve de ficar internado assim que chega na cidade, impedindo que chegasse ao primeiro dia de aula. Após a misteriosa visita de seus futuros colegas de turma, Sakakibara perceberá que existem muitos mistérios na turma 3 do 3º ano… e um deles chega a cruzar com nosso protagonista: Misaki Mei, a jovem de tapa olho que carrega consigo uma boneca.

No primeiro volume o suspense está em Misaki ser a excluída da turma, o que para Sakakibara não existe motivo. Seus colegas de turma se esforçam para explicar que ele deve se afastar dela, mas não funciona por existir coisas que não podem ser ditas para mais ninguém. Aos poucos, Sakakibara terá noção da maldição da turma 3 – 3° ano, através de sua tia e outros professores e até mesmo da enfermeira que lhe ajudou no período hospitalizado. Apelidado por ela de “Garoto-Terror”, pois ambos se interessam em ler livros do gênero, a enfermeira Sanae Mizuno é um dos destaques da trama, até mesmo por parte do alívio cômico. Nos demais volumes a situação começa a se agravar, onde o medo da turma se realiza. Para os fãs do anime é perceptível que o mangá segue com maior objetividade.

Com muitas questões em aberto, o último volume consegue fechar todas as brechas, criando uma atmosfera digna de um thriller. A imprevisibilidade será mantida do início ao fim, mostrando que boas histórias podem vir de poucos volumes. Em seus agradecimentos o mangaká até diz que foi ele o responsável por sugerir ao autor que fosse em 4 volumes, e não dois como era inicialmente proposto. O lançamento impulsionou a chegada de mais mangás do gênero terror/suspense por parte das editoras brasileiras, como é o caso da JBC que até light novel  lançou. O mangá contém tirinhas engraçadas no final e folhas coloridas em cada volume, que por se tratar de uma história em ambiente escolar apelidaram de “período”. Sendo um dos melhores contos, é indispensável na coleção de otakus que buscam menos volumes para adquirir… mas cuidado quando encontrar ‘o outro’ (“Another” em inglês).

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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