Ma | Entre incômodos e prazeres, o terror psicológico nos conquista novamente

João Fagundes
4 Min de Leitura

Hoje vamos te apresentar “Ma“, e ela com certeza vai querer cuidar de você. Se você gostou de “Corra!“(2017) e o recente “Nós“, é chegada a hora de dar mais uma chance para o terror psicológico te dominar aos poucos nessa obra – que assim como as outras citadas – é da Universal Pictures. Dirigido por Tate Taylor (diretor dos populares “Histórias Cruzadas” e “A Garota no Trem“), temos uma grande oportunidade de ver um suspense pesado e cheio de situações inquietantes que levaremos para fora do cinema. Com estréia no dia 30 de maio de 2019, já adiantamos que desconfiar é preciso.

Maggie (Diana Silvers) e seus amigos, todos menores de idade, estão tentando descolar bebidas alcoólicas em um super mercado quando conhecem Sue Ann (Octavia Spencer), uma mulher adulta que usa sua identidade para ajudá-los. Além de fornecer as bebidas, ela decide oferecer sua casa para que eles organizem uma festa com o pessoal do colégio. Os eventos acabam se tornando uma rotina do grupo, até que os jovens começam a identificar um comportamento estranho da dona da casa que, que se torna cada vez mais controladora e obsessiva… e tudo tinha que ser feito em seus termos, afinal: “minha casa, minhas regras”. Apelidada carinhosamente de ‘Ma’ pelos jovens, ela reviverá suas piores lembranças enquanto convive com outra geração.

Trazendo muita leveza em seu início, o filme soa como uma comédia adolescente comum, escondendo seu ‘outro lado’ até o momento que Octavia entra em cena como uma boa samaritana que todo jovem gostaria de contar na hora de preparar uma festa. As atuações do elenco jovem são bem bobas, mostrando suas características rasas que nos fazem ficar na dúvida: devemos torcer por eles ou contra eles? Já entre os adultos, quem merece destaque é o ator Luke Evans e a própria Octavia que com seu olhar penetrante, mostrou versatilidade após trabalhar com o diretor Tate Taylor em “Histórias Cruzadas“, quando garantiu sua estatueta do Oscar. O diretor também está fazendo uma ponta nesse filme, esteja atento para não perder sua aparição.

O filme soube dosar as complexidades da protagonista, tendo profundidade o suficiente para cada surto ter do outro lado sua humanização, gerando uma sensação boa de “ela é má, mas está certa”. Depois de tanto esforço para nos cativar com essa trama, chega o momento de escolher um lado, é nesse ponto que tudo sairá do limite. Os exageros das cenas tornarão o filme marcante, mas ainda parece pouco perto do que prometeu, garantindo uma classificação de “não recomendado para menores de 16 anos“. A trilha sonora por sua vez destoa totalmente do teor sombrio do filme, e por mais que sejam clássicos dançantes, tudo parece cômico demais. O humor se manteve na medida, e nisso temos alívios cômicos para o terror constante.

Mesmo com comparações com “Nós” e “Corra!“, esse filme é bem mais simples… ainda que guarde algumas surpresas interessantes em seu roteiro. A experiência do diretor trouxe mais uma obra diferenciada para seu currículo, e pode não ser sua melhor aposta, porém, ganha pontos por sair do “mais do mesmo” em seu repertório. “Ma” é uma experiência que trouxe versatilidade para seu elenco, direção e até mesmo no roteiro que ficou por conta do iniciante Scotty Landes. Se algum filme nos provoca incômodos e prazeres, ele será sempre lembrado por um dos dois pontos, ou se não os dois. Obrigado pelos mimos Ma! Estão todos convidados para essa festa… sem pressão! 😉

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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