A lenda urbana enfim acabou! O SnyderCut está entre nós! Depois de 4 anos do lançamento problemático de Liga da Justiça nos cinemas, os fãs da DC e do diretor Zack Snyder se mobilizaram para trazer a tão aguardada versão que o cineasta teria desenvolvido antes de ser substituído do comando do longa pela Warner para ter Joss Whedon no lugar.
Muitos se falou que essa visão não seria vista, mas depois de muito empenho dos fãs e do diretor a HBO Max vendo possiblidade de aumentar os conteúdos originais do streaming (que chega em junho ao Brasil) revelou que o corte seria lançado e enfim ele está entre nós. Liga da Justiça de Zack Snyder é o que diz seu subtítulo, uma versão totalmente com o estilo do diretor, mas que também é um longa que explorar melhor o que o de 2017 picotou.
Pensando no geral a nova versão do filme pode até ser colocado no paradoxo do Navio de Teseu, já que sua espinha dorsal continua sendo a mesma, o grande ás, ai sim seria seu tempo maior para poder desenvolver melhor as coisas.
A trama continua sendo a do Bruce Wayne( Ben Affleck) buscando reunir a equipe de superpoderosos para poder combater a ameaça do Lobo da Estepe.
Agora com a carta branca da HBO Max e não precisando de realizar um lançamento no cinema, Snyder pode contar de forma mais detalhada sua história ao longo das 4 horas de duração e isso é um fator que melhora bastante o filme, pois tudo tem mais desenvolvimento, porém qualquer mudança só pode ser avaliada em termos comparativos, o que impossibilita uma análise convencional da obra como peça isolada, autônoma. Até porque nenhuma das alterações se sustenta apenas no contexto do filme. A começar pela mais gritante: o tempo de duração.
Ao longo de quatro horas, apesar de melhorar a coesão a trama e fazer certas cenas fazerem mais sentido, quase não se vê um acréscimo ou extensão cujo objetivo seja beneficiar a narrativa em si (a exceção mais notória será discutida adiante). Além de um punhado de passagens sem qualquer propósito discernível — como a cantoria no povoado e a interação entre Diana e Alfred (Jeremy Irons) —, a maioria das cenas inéditas está lá apenas para prestar o “sou fã quero service” ou criar terreno para outros longas(algo que pode não acontecer). Algumas delas podem dar a ilusão de frescor, mas não trazem informação relevante; outras claramente prejudicam o ritmo, deixando-o truncado — um mal do qual a mais enxuta versão de 2017, com todos os seus defeitos, não sofria.
Alias a versão como eu disse acima, é um presente para os fãs do diretor. Snyder usa todo seus manerismos conhecidos em outras obras e executa aqui a exaustão. Nesse ponto sua imersão ao longa vai do seu gosto particular ou não do seu realizador. A trilha sonora orquestrada do Junkie XXL se mistura bem ao novo tom proposto pelo diretor para sua visão.
De destaque desse desenvolvimento está o Ciborgue de Ray Fisher, grande crucificado na versão de 2017, aqui é o coração do filme, onde seu arco é totalmente compreensível e justificado na trama, o personagem praticamente ganha sua história de origem aqui o que redime bastante a atuação do ator. Outro que também é melhor aproveitado é o Lobo da Estepe, que aqui além do visual mais ameaçador (embora pareça um Transformer ou o Destruidor do Michael Bay em alguns momentos) tem suas motivações melhor exploradas, ao interagir com a presença de Darkseid.
Liga da Justiça de Zack Snyder é maior, mais completo, coeso e isso não há duvidas! A nova versão só confirma que o grande vilão por trás do desastroso lançamento em 2017 se chama Warner Bros. com uma mudança de tom aos 45 do segundo tempo. Não é a obra prima suprema como alguns estão dizendo mas é o filme que o diretor precisava por tudo que passou e é uma vitória dos fãs que tem pra chamar de seu filme da Liga a partir de agora.
