Kung Fu Panda 4 é bacana e diverte, mesmo sem a show de bolice de antes

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura
3.5 Muito Bom
Critica - Kung Fu Panda 4

A franquia Kung Fu Panda passou por uma ótima jornada de aprendizados e descobertas por parte do seu protagonista. Através de três filmes sólidos, a série com Po, o tirou de um lugar em que ele não se sentia pertencente e mostrou sua evolução na arte marcial aos poucos até ele encontrar sua vocação e entender quem é pessoalmente e dentro da sociedade.

Mesmo aparentemente, finalizado o arco de seu protagonista, Kung Fu Panda 4 foi lançado e aqui apesar de uma nova jornada para Po, temos uma aventura que apesar de divertida e gostosa de se assistir, traz poucas novidades a sua franquia.

Depois de três aventuras arriscando a vida para derrotar os mais poderosos vilões com sua coragem incomparável e incríveis habilidades em artes marciais, Po agora recebe uma nova missão que o assusta: ele deve escolher o novo Dragão Guerreiro e tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz.

Universal Pictures/Reprodução

Totalmente desnorteado e sem a ajuda dos Cinco Furiosos, Po terá que unir forças com a astuta ladra Zhen (Awkwafina/Danni Suzuki)., uma raposa-das-estepes que tem habilidades inestimáveis, para enfrentar a feiticeira perversa e poderosa Camaleoa (Viola Davis/Taís Araújo), que consegue se transformar em todos os inimigos passados do panda.

O roteiro escrito por Jonathan Aibel Glenn Berger, responsáveis por todos os anteriores, em parceria com Darren Lemke (Shazam!), propõe uma mudança de ares em quase todos os sentidos. Desde dos locais visitados pelo protagonista, o tirando do Vale da Paz e indo a outro local. Até o elenco de apoio, tudo serve ao propósito de expandir o universo do personagem e trazer um novo leque de possibilidades.

Universal Pictures/Reprodução

Aliás, o quarto longa funciona realmente quando foca nessa expansão, e a principal força motriz está na inclusão de Zhen. A raposa é uma coadjuvante super carismática, seu arco e suas motivações são muito bem exploradas e com isso traz Po pra descobrir novos locais e situações que nunca imaginava e claro acrescenta bastante no quesito humor.

Apesar de simplicidade da aventura, é interessante como o novo aprendizado a o protagonista é relevante pra a franquia. Durante os 3 filmes os questionamentos dele era sobre seu lugar, sobre seu passado, ou sua família. Aqui os questionamentos estão sobre seu futuro e como saber aprender e lidar com essas mudanças que no início parecem assustadoras.

Universal Pictures/Reprodução

Toda essa construção parece boa, mas a simplicidade do roteiro tende a ter alguns momentos pouco imspirado e isso fica mais evidente em sua vilã. A Cameleoa apesar de ter poderes bem interessantes, acaba não sendo a grande ameaça que o filme tenta passar. Seus poderes como falei, apesar de interessantes até pra gerar bons momentos de ação com Po e seus amigos, são uma forma de brincar com a nostalgia barata e resgatar figuras antagônicas da franquia, o que consequentemente a enfraquecem ainda mais a vilã.

Mesmo com esses contras, a animação segue o estilo estabelecido pelos longas anteriores, mas dá um salto de qualidade graças a uma direção de arte ligeiramente mais estilizada. Não há uma grande ruptura com o que foi feito antes, mas um aperfeiçoamento que torna o retorno a esse universo um colírio para os olhos.

Universal Pictures/Reprodução

Esse aperfeiçoamento fica claro na textura de personagens e objetos, além da coesão entre os diferentes tipos de cenários mostrados no filme. Há unidade entre as paradisíacas paisagens do Vale da Paz, a caótica Cidade do Zimbro, os sombrios palácios da Camaleoa e mais, fazendo com que o filme salte aos olhos em comparação aos anteriores.

No fim, Kung Fu Panda 4 é leve, divertido ainda que sem a áurea primorosa que foi seus anteriores, entrega um saldo positivo a nova aventura. Um filme que busca abrir portas para um novo rumo a franquia, mesmo que sem a mesma show de bolice de antes.

Critica - Kung Fu Panda 4
Muito Bom 3.5
Nota Cinesia 3.5 de 5
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