John Wick se tornou um mito no gênero como assim o assassino é visto na franquia. O personagem surgido em De Volta ao Jogo de 2014, ressuscitou aquele conceito de protagonistas quase heróis indestrutíveis que o cinema de ação adorava em figuras como Chuck Norris e Charles Bronson.
O Capitulo 2, Um Novo Dia para Matar, expandiu ainda mais a mitologia do personagem e elaborou cenas de ação ainda melhores, mostrando ainda mais a maestria de seu realizador Chad Stahelski e seu astro Keanu Reeves, que fazia o protagonista de poucas falas, mas charme e um estilo implacável e com muito recursos para faze-lo.
O terceiro filme é uma continuação direta do anterior, começando minutos depois seu encerramento, com John tendo que correr por sua vida enquanto um contrato de U$$ 14 milhões de dólares está em vigor por sua cabeça, já que ele infringiu umas das regras do Continental,e matou um dos membros da Alta Cúpula.
John Wick 3 é um filme que começa em movimento e se mantem nesse ritmo sua duração inteira, já que essa é sua premissa: Wick correndo pra se manter vivo enquanto busca formas pra sobreviver, e claro o longa faz isso através de suas incríveis cenas de ação.Sim, tem muita cena de ação nesse filme que você vai olhar e se perguntar, como foi feito aquilo ali. Mesmo com dois filmes com sequencias primorosas, esse aqui ainda surpreende ainda mais. A variedade de uso de arma, cenários e luta marciais são ainda mais elaboradas e junte isso a cachorros, cavalos, motos, katanas que é uma profusão ainda maior de elementos pra criar sequencias tão inacreditáveis que você só deseja ver a próxima e a próxima, e olha, elas consegue te surpreender a cada momento.
Boa parte dessa experiência está no Keanu Reeves como protagonista que além de seu carisma, ele realmente se entrega ao papel e isso reflete no John, que apesar de cansado, machucado, continua a seguir em frente porque ele é o melhor naquilo que faz, mas agora os assassinos que o caçam podem(eu disse podem) ter uma chance contra ele pelo cansaço que o personagem tem, o que nos leva as tais consequências que a trama aborda, porque como é uma sequencia direta dos eventos anteriores, Wick saiu desses eventos duramente machucado ele já começa nesse sentido. Isso é muito legal porque apesar de todo misticismo no personagem, traz um pouco de realidade pra as sequencias de ação.
Outra coisa que John Wick 3 faz muito bem e isso vem desde o primeiro é seu quesito técnico. Assim como os anteriores a ação frenética é feita de forma que podemos acompanhar-la por completo com pouquíssimos cortes e bastante interação dos personagens envolvidos nelas (tem uma que é realizada quase em um plano sequencia sensacional),os efeitos sonoros tem a importância de trazer mais peso e intensidade pra as cenas e a fotografia evoluindo a cada filme, nos traz uma variação sem precedentes com cena como as que usam de vidros e a sequencia de motos que são impressionantes por além de você entender tudo que está acontecendo, ainda se maravilha com clareza de detalhes.
A mitologia do universo dos assassinos é mais uma vez expandida aqui, trazendo novos background para a historia de Wick, como mostrando mais dos conceitos da Alta Cúpula e seus métodos. A personagem da Juri, que adiciona algo que até então não havia sido mostrado no anterior:as consequências, tanto pro John Wick quanto para os seus aliados. Porque pensem bem, se existem a alta cúpula, com suas cabeças majoritárias que regem esse mundo dos assassinos, tem que haver uma consequência pra atos que vão contra essas regras e a Juri está ali pra cobrar essas regras e trazer consequências as pessoas que forem contra elas.
Apesar de focar mais na sobrevivência de Wick, e expandir mais os conceitos da alta cúpula, Parabellum falta um certo peso narrativo que os anteriores tinham. Se nos outros o peso era justificado na vingança esse se faz mais na sobrevivência algo que soa um pouco como um ponto negativo, mas que não estraga a experiência de ver o longa em nenhum momento.
John Wick 3: Parabellum aumenta ainda mais a loucura nas cenas de ação impressionantes e expande a mitologia desse mundo de assassinos e é um filme de consequências, mostrando um protagonista cansado, com dor,mas sempre seguindo em frente matando quem quer que sujar no seu caminho das mais diferentes e variadas formas.Com um gancho criado sem o imediatismo do que o usado para ligar o longa anterior a este, ficamos no aguardo do que Baba Yaga será capaz de fazer e o que Chad Stahelski fará com sua obra.
