Eis que chegamos ao final da saga de Katniss Everdeen, uma adolescente sofrida,lutadora que de uma forma inesperada se torna em um simbolo de uma resistência contra um governo totalitário, liderado pelo tirano Presidente Snow. Pois é, Jogos Vorazes nos últimos anos se tornou algo incrível por ser capaz de divertir apesar do clima sombrio e por tratar de temas como fascismo, revolução, guerra, política, manipulação da mídia e fanatismo de forma madura e inteligente. E mais, faz tudo isso com uma protagonista forte e carismática o que o validou ainda mais como um dos produtos mais corajosos da cultura pop atualmente.
Mais Jogos Vorazes: A Esperança – O Final atesta que o desfecho da franquia não precisava ser dividido em duas partes ao continuar explorando as contradições de Katniss e da guerra. A falta de ação do primeiro filme é compensada com a transformação da Capital em um anfiteatro, palco de mais uma batalha televisionada. Armadilhas espalhadas pela cidade e uma incursão subterrânea criam espetáculos pontuais, voltando ao formato que consagrou a franquia.
A história retoma no exato momento que a ‘Parte 1’ terminou. Após ser atacada por um irreconhecível Peeta, a destemida heroína Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) decide se vingar do Presidente Snow (Donald Sutherland) e parte para a Capital com o intuito de assassiná-lo.
Com a ajuda de seus melhores amigos – Gale (Liam Hemsworth) e Finnick (Sam Claflin) – Katniss parte em uma missão com o grupo do Distrito 13, enquanto arriscam suas vidas para libertar os cidadãos de Panem e planejar a tentativa de assassinato do Presidente Snow, que está cada vez mais obcecado em destruí-la. As armadilhas mortais, inimigos e escolhas morais que aguardam por Katniss vão desafiá-la mais do que qualquer arena que ela tenha enfrentado nos Jogos Vorazes.
Pegando o embalo dos seus antecessores ‘O Final‘ é um filme sombrio e violento. Mesmo se passando em um futuro distópico, é impressionante como a história traça uma crítica política moderna e atual. O diretor Francis Lawrence transforma a guerra em um show, com o objetivo de conquistar os corações e mentes dos civis, cujo apoio pode ajudar a definir o resultado final. A ideia de gravar cada momento da batalha e usar cenas dela para fazer propaganda é algo monstruoso, porém, totalmente plausível e relevante.
Um dos maiores acertos da franquia está na escolha de Jennifer Lawrence para viver a protagonista Katniss Everdeen. A atriz dá um show de interpretação como a garota inocente que acaba se tornando a líder de uma revolução, mesmo que isso nunca esteve em seus planos. O interessante é que Katniss é uma personagem observadora e com poucas falas, dando margem para Lawrence brilhar com uma atuação extraordinária e digna da vencedora do Oscar.
Quem também tem um bom destaque é Josh Hutcherson, que consegue passar para o espectador a angústia de Peeta Mellark, controlado pelo Presidente Snow com a intenção de assassinar Katniss, o personagem passa o filme em um conflito interno sufocante que é transmitido muito bem por seu ator.
O elenco de apoio que é muito bom por sinal, também tem seus destaques. Temos um fantástico Woody Harrelson, uma atuação sensacional do mestre Donald Sutherland e os ótimos Sam Claflin, Elizabeth Banks e claro Julianne Moore.
Mas se tudo isso é muito bom, há alguns detalhes que não deixam um encerramento épico. Para quem acompanha a saga nos cinemas o que é mostrado ao final do longa não condiz com esperado para a personagem.Pra resumir sem dar spoiler,Katniss sempre foi uma heroína de oportunidade, sua coragem está em aguentar situações impossíveis com tranquilidade e fazer o que é preciso para conquistar seus objetivos. Ela nunca foi uma pensadora ou uma líder, porém, sempre foi uma mulher forte, decidida e inteligente o suficiente para saber qual é seu papel na guerra. Sem falar que poucas pessoas sobreviveriam aos trauma que essa garota sofreu e continuariam adiante.Com isso o péssimo epílogo, com ares de Crepúsculo, destoa bastante do tom sóbrio do filme como um todo
Outra coisa é a prova( como meu amigo falou na critica do filme anterior)que o roteiro do livro podia ser enxugado para caber em um filme só.Mas como Hollywood precisa de dinheiro então a moda dos filmes divididos é a nova forma de arrecadar.
Bom o fato desse encerramento não ser tão bom quando gostaríamos, ainda mais depois de a serie surpreender nos últimos anos, é apenas um pequeno deslize numa franquia que tem tudo para marcar uma geração. Jogos Vorazes: A Esperança – O Final ainda sim é um bom filme, com boas atuações e cenas de ação de qualidade,além de uma narrativa espelhada em questões humanas complexas o filme claro, vai deixar os fãs com saudades depois de encerrada a sessão.
Obs: Crítica feita por Barbara Costa